O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin: de acordo com a Secretaria da Educação, 40 escolas estavam em poder de alunos no interior, 24 na Grande São Paulo e 59 na capital (Marcelo Camargo/ABr)
Da Redação
Publicado em 10 de dezembro de 2015 às 17h37.
Sorocaba - Na véspera de completar uma semana da revogação da medida pelo governador Geraldo Alckmin (PSDB), 123 escolas continuavam ocupadas por estudantes, nesta quinta-feira, 10, no Estado de São Paulo, em protesto contra a reorganização escolar.
De acordo com a Secretaria da Educação, 40 escolas estavam em poder de alunos no interior, 24 na Grande São Paulo e 59 na capital. A Secretaria aguardava ações da Procuradoria-Geral do Estado (PGE) para acelerar o processo de desocupação dos prédios.
Em Bauru, noroeste paulista, os alunos decidiram sair da Escola Estadual Ayrton Busch, mas voltaram atrás após serem acusados de furto pela direção do estabelecimento. No fim da tarde, a escola continuava ocupada.
Na mesma cidade, os estudantes também ocupavam a Escola Luiz Castanho de Almeida. Já as escolas Antônio Ferreira de Menezes e Stela Machado foram desocupadas na manhã desta quinta-feira. A saída dos estudantes ocorreu depois que a dirigente regional de Ensino, Gina Sanches, concordou com o pedido de que nenhum aluno sofra retaliação por ter participado de ocupações.
Em Marília, no centro-oeste, cerca de 100 alunos permaneciam na Escola Professora Sylvia Ribeiro de Oliveira. À noite, haveria uma assembleia para discutir a possível saída.
Duas escolas continuavam ocupadas em Ourinhos, sudoeste paulista. Na mesma região, estudantes ocupam duas escolas em Assis e uma em Cândido Mota. A Diretoria Regional de Ensino informou que os estudantes estão na iminência de deixar os prédios.
Os estudantes decidiram manter ocupadas também as escolas Professor Jethro Vaz de Toledo e Professor Antonio de Mello Cotrim, em Piracicaba. Havia a possibilidade de desocupação do prédio da Pedro Moraes Cavalcanti, mas os alunos decidiram discutir pautas específicas antes de encerrar a ocupação.
A PGE informou que faz o monitoramento das ocupações e que, no momento, há um movimento de desocupação voluntária das unidades escolares. Se houver necessidade, a Procuradoria vai insistir junto à Justiça para que seja providenciada a reintegração de posse dos prédios ainda ocupados.
Na sexta-feira passada, o governador Geraldo Alckmin (PSDB) anunciou a suspensão do processo de reorganização escolar, que implicaria no fechamento de 93 escolas em 2016, alegando ter ouvido a mensagem dos estudantes. Na ocasião, cerca de 200 escolas estavam ocupadas em todo o Estado.
A medida foi publicada no dia seguinte, no Diário Oficial do Estado, porém, lideranças estudantis decidiram manter os protestos manifestando desconfiança em relação ao governo ou apresentando novas pautas.