Desde vez, a decisão do juiz federal Eduardo Appio, da 13ª Vara Federal Criminal de Curitiba, foi embasada na falta de pagamento dos valores devidos à Justiça (Alex Ferreira / Câmara dos Deputados/Reprodução)
Agência de notícias
Publicado em 21 de março de 2023 às 11h32.
O doleiro Alberto Youssef foi preso novamente no fim da tarde desta segunda-feira, em Santa Catariana, mas o que levou o operador à detenção não foi uma nova condenação. Desde vez, a decisão do juiz federal Eduardo Appio, da 13ª Vara Federal Criminal de Curitiba, foi embasada na falta de pagamento dos valores devidos à Justiça.
O magistrado, que desde fevereiro está à frente dos processos da Operação Lava-Jato em Curitiba, que decretou a prisão preventiva de Youssef após investigação da Receita Federal constatar que o delator "não devolveu aos cofres públicos todos os valores desviados" por ele ao longo das últimas décadas.
Em sua decisão, Appio afirmou que o acordo de delação premiada "não se encontra em discussão", mas sim sua abrangência. Para o magistrado, o acordo "não afeta o destino da presente investigação criminal, de árduo trabalho da Receita Federal".
Ele pontua ainda que o doleiro foi condenado a mais de 32 anos de prisão por cometer crimes financeiros. O texto relembra ainda que doleiro assinou um acordo de delação premiada em 2004, com o então juiz Moro durantes as investigações do caso Banestado, e que após "manifesta reiteração delitiva", após os delitos revelados pela operação Lava-Jato, Youssef foi preso novamente e precisou assinar novo acordo de delação com Moro, em 2014, quando o ex-juiz era o responsável pela 13ª Vara Federal Criminal de Curitiba.
"O investigado (Youssef) foi um verdadeiro arquiteto de diversas organizações criminosas ao longo dos últimos 20 anos, sendo certo que a sua multireincidência revela sua incompatibilidade com o regime de liberdade provisória sem condições", afirmou Appio.
Youssef foi um dos primeiros delatores da Lava-Jato, com colaborações que possibilitaram o desenvolvimento da operação. Ele chegou a cumprir pena por quase três anos por crimes como corrupção e lavagem de dinheiro, mas foi libertado devido a um acordo de delação premiada homologado ainda em 2014 pelo Supremo Tribunal Federal