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Empresário que atropelou manifestante é indiciado

O empresário Alexsandro Ichisato de Azevedo, de 37 anos, é acusado de ter avançado com seu carro sobre um grupo de pessoas que protestava, matando uma delas

Ribeirão Preto: empresário que teria atropelado e matado manifestante atua no ramo de revenda de veículos e também teria uma academia de artes marciais onde seria professor (Wikipedia)
DR

Da Redação

Publicado em 21 de junho de 2013 às 19h07.

Ribeirão Preto - A Polícia Civil de Ribeirão Preto (SP) pediu a prisão do empresário Alexsandro Ichisato de Azevedo, de 37 anos, acusado de ter avançado com seu carro sobre um grupo de pessoas que protestava contra a tarifa de ônibus na noite de quinta-feira, 20, matando uma delas. O carro dele foi abandonado no condomínio de luxo em que reside, mas ele não se encontrava no local e é procurado.

A Range Rover preta tinha marcas de sangue, foi periciada e mandada para Araraquara (SP). O empresário foi indiciado por um homicídio e quatro tentativas de homicídio doloso - quando há a intenção de matar. Se condenado, pode pegar mais de 20 anos de cadeia. A expectativa era que se apresentasse à polícia nesta sexta, 21, o que acabou não ocorrendo.

Azevedo atua no ramo de revenda de veículos e também teria uma academia de artes marciais onde seria professor. Lutador de jiu-jitsu, suas páginas nas redes sociais foram removidas horas após o atropelamento.

Na Justiça, Azevedo já responde a processos criminais, alguns deles relacionados à violência. Em vídeos feitos pelos manifestantes, ele discute e acelera o carro duas vezes para passar pelo bloqueio na Avenida João Fiúza, em vez de retornar. Na terceira vez, ele acelera e atropela quem está pela frente.

O estudante Marcos Delefrate, de 18 anos, morreu no local com fraturas e traumatismo craniano. Duas mulheres seguem internadas e uma em estado mais grave teve de ser submetida a cirurgias. No cruzamento onde as pessoas foram atropeladas, flores foram colocadas, além de cartazes, velas, mensagens e uma bandeira do Brasil. No local 13 pessoas foram atingidas, mas a maioria sofreu ferimentos leves.

Delefrate foi velado em uma igreja de Ribeirão Preto e sepultado à tarde. Sua família doou suas córneas para o Banco de Órgãos do Hospital das Clínicas. Seu enterro foi marcado por muita revolta e indignação. Mais de 200 pessoas estiveram presentes, muitas delas vestindo camisas com a palavra "luto". A despedida foi marcada por aplausos e o hino nacional.

A Prefeitura de Ribeirão Preto decretou luto de três dias pela morte do jovem. "A tragédia trouxe indignação e tristeza para todos. Uma manifestação pacífica e organizada, que tinha tudo para marcar a história de nossa cidade e servir de exemplo para a democracia do País, deixou uma grande cicatriz em todos nós", disse a prefeita Darcy Vera (PSD).


Novo protesto

O atropelamento teria ocorrido após o motorista ficar irritado com o fechamento da via e avançar sobre os manifestantes. Alguns filmaram toda a ação com celulares e o condutor fugiu em seguida. As vítimas estavam na esquina da Avenida Professor João Fiúsa com a Avenida Adolfo Molina, na zona sul de Ribeirão Preto.

Cerca de 25 mil pessoas, segundo informações da Polícia Militar, participaram do protesto. Após a morte do estudante, uma nova manifestação foi agendada para a noite desta sexta, 21, na Esplanada do Theatro Pedro II, na área central da cidade.

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Ribeirão Preto - A Polícia Civil de Ribeirão Preto (SP) pediu a prisão do empresário Alexsandro Ichisato de Azevedo, de 37 anos, acusado de ter avançado com seu carro sobre um grupo de pessoas que protestava contra a tarifa de ônibus na noite de quinta-feira, 20, matando uma delas. O carro dele foi abandonado no condomínio de luxo em que reside, mas ele não se encontrava no local e é procurado.

A Range Rover preta tinha marcas de sangue, foi periciada e mandada para Araraquara (SP). O empresário foi indiciado por um homicídio e quatro tentativas de homicídio doloso - quando há a intenção de matar. Se condenado, pode pegar mais de 20 anos de cadeia. A expectativa era que se apresentasse à polícia nesta sexta, 21, o que acabou não ocorrendo.

Azevedo atua no ramo de revenda de veículos e também teria uma academia de artes marciais onde seria professor. Lutador de jiu-jitsu, suas páginas nas redes sociais foram removidas horas após o atropelamento.

Na Justiça, Azevedo já responde a processos criminais, alguns deles relacionados à violência. Em vídeos feitos pelos manifestantes, ele discute e acelera o carro duas vezes para passar pelo bloqueio na Avenida João Fiúza, em vez de retornar. Na terceira vez, ele acelera e atropela quem está pela frente.

O estudante Marcos Delefrate, de 18 anos, morreu no local com fraturas e traumatismo craniano. Duas mulheres seguem internadas e uma em estado mais grave teve de ser submetida a cirurgias. No cruzamento onde as pessoas foram atropeladas, flores foram colocadas, além de cartazes, velas, mensagens e uma bandeira do Brasil. No local 13 pessoas foram atingidas, mas a maioria sofreu ferimentos leves.

Delefrate foi velado em uma igreja de Ribeirão Preto e sepultado à tarde. Sua família doou suas córneas para o Banco de Órgãos do Hospital das Clínicas. Seu enterro foi marcado por muita revolta e indignação. Mais de 200 pessoas estiveram presentes, muitas delas vestindo camisas com a palavra "luto". A despedida foi marcada por aplausos e o hino nacional.

A Prefeitura de Ribeirão Preto decretou luto de três dias pela morte do jovem. "A tragédia trouxe indignação e tristeza para todos. Uma manifestação pacífica e organizada, que tinha tudo para marcar a história de nossa cidade e servir de exemplo para a democracia do País, deixou uma grande cicatriz em todos nós", disse a prefeita Darcy Vera (PSD).


Novo protesto

O atropelamento teria ocorrido após o motorista ficar irritado com o fechamento da via e avançar sobre os manifestantes. Alguns filmaram toda a ação com celulares e o condutor fugiu em seguida. As vítimas estavam na esquina da Avenida Professor João Fiúsa com a Avenida Adolfo Molina, na zona sul de Ribeirão Preto.

Cerca de 25 mil pessoas, segundo informações da Polícia Militar, participaram do protesto. Após a morte do estudante, uma nova manifestação foi agendada para a noite desta sexta, 21, na Esplanada do Theatro Pedro II, na área central da cidade.

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