Vítima socorrida após tiroteio no aeroporto de Guarulhos, na sexta, 8, em que empresário foi assassinado (X/Reprodução)
Agência de notícias
Publicado em 10 de novembro de 2024 às 20h46.
Última atualização em 10 de novembro de 2024 às 20h46.
Morto a tiros na sexta-feira, 8, no Aeroporto Internacional de Guarulhos, o empresário Antônio Vinicius Lopes Gritzbach recebeu joias avaliadas em R$ 1 milhão em viagem que fez a Maceió, capital de Alagoas. A linha de investigação agora trata quem fez a transação com ele como suspeito.
As joias em questão foram apresentadas pela namorada de Gritzbach à Polícia. Conforme apurou o portal g1, eram onze anéis, seis pulseiras, dois colares e nove pares de brinco.
Além dos objetos de alto valor, também foram apreendidas três mochilas com armas de fogo localizadas nas imediações do aeroporto. Elas tinham em seu interior dois fuzis, uma pistola, uma placa automotiva e munições.
Outra hipótese considerada pelas autoridades é a possibilidade de uma vingança: Gritzbach teria mandado matar dois integrantes do PCC, Anselmo Becheli Santa Fausta, conhecido como Cara Preta, e Antônio Corona Neto, o Sem Sangue, motorista de Anselmo. Ele negava envolvimento com os crimes.
A polícia também indica que dez tiros atingiram o empresário, entre rosto, costas e pernas. O enterro do empresário ocorreu neste domingo no Cemitério Parque Morumby, na Zona Sul de São Paulo.
Gritzbach, contudo, não foi a única vítima fatal. Os tiros atingiram três pessoas e uma delas não resistiu. O motorista de aplicativo Carlos Araujo Sampaio de Novais, de 41 anos, foi alvejado nas costas e faleceu neste sábado.
Uma das vítimas, um funcionário do aeroporto, tem ferimentos na mão e segue em observação. A terceira recebeu um tiro de raspão e já recebeu alta.
Os atiradores fugiram do local em um Gol preto e seguem foragidos. O veículo que foi abandonado nas imediações do aeroporto e acabou recuperado pouco depois por equipes do 3º Batalhão de Polícia de Choque, na Avenida Otávio Braga de Mesquita, ainda em Guarulhos.
Em março deste ano, Gritzbach firmou um acordo de delação premiada com o Ministério Público de São Paulo (MP-SP), em que revelou supostos esquemas do Primeiro Comando da Capital (PCC) e denunciou suposta extorsão envolvendo policiais civis de São Paulo. Ele estava jurado de morte pela maior facção criminosa do país desde então.
Neste sábado, a Polícia Federal (PF) abriu uma investigação sobre o assassinato. Em nota, a corporação informou que irá colaborar com as forças de segurança de São Paulo para elucidar o crime.
Quatro policiais militares que deveriam estar escoltando o empresário já são investigados pela Polícia Civil por não terem acompanhado a vítima após seu desembarque. Os homens alegam que atrasaram para a tarefa porque o carro que usavam, um Amarok, teria quebrado.
Quando Gritzbach foi morto por disparos de fuzil, os únicos dois policiais presentes eram aqueles que estavam dentro de um outro carro, um Trail Blazer, com um familiar do empresário. Eles aguardavam a chegada da vítima estacionados numa das pistas da zona de desembarque.
"Os policiais militares, que pertenciam à equipe de segurança da vítima, prestaram depoimento para a Polícia Civil e também na Corregedoria da PM. Eles foram afastados de suas atividades operacionais durante as investigações", afirmou no sábado a Secretaria de Segurança Pública de Segurança de São Paulo (SSP) em comunicado. "A namorada da vítima também foi ouvida pelos investigadores. As corregedorias das polícias Civil e Militar apuram a atuação de seus agentes no caso mencionado."