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Empresa ligada a cambista é de filho de membro do COI

A companhia Pamodzi é de propriedade do senegalês Pape Massata Diack, filho de Lamine Diack, membro influente do Comitê Olímpico Internacional

Material apreendido com acusados de integrar a quadrilha que vendia ingressos da Copa do Mundo (Polícia Civil do Rio de Janeiro)

Material apreendido com acusados de integrar a quadrilha que vendia ingressos da Copa do Mundo (Polícia Civil do Rio de Janeiro)

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Da Redação

Publicado em 8 de julho de 2014 às 15h40.

Rio - Uma das empresas envolvidas no escândalo dos cambistas na Copa do Mundo está ligada a um membro da cúpula do Comitê Olímpico Internacional (COI). A companhia Pamodzi citada na Operação Jules Rimet é de propriedade do senegalês Pape Massata Diack, o filho de Lamine Diack, presidente da poderosa Federação Internacional de Atletismo (IAAF) e um influente membro do COI.

Na semana passada, a operação liderada pela polícia do Rio prendeu onze cambistas.

Escutas ainda mostraram que eles comercializavam entradas que eram adquiridas por empresas.

Uma delas era justamente a Pamodzi e ingressos em nome da empresa foram apreendidos.

A Pamodzi comprou 350 pacotes de ingressos VIP para 18 jogos da Copa. No total, a empresa pagou US$ 1,2 milhão, mas estava proibida de revender as entradas. Agora, diante do escândalo, os pacotes foram cancelados.

Diack, dono da empresa, é filho de um dos cartolas de maior influência hoje no COI. Mas também repleto de polêmicas.

O COI já chegou a sancionar o cartola depois que a Justiça suíça indicou que o nome do dirigente apareceu no caso das propinas para João Havelange na Fifa.

Diack teria recebido US$ 41,5 mil. Em sua defesa, o senegalês justificou que recebeu o dinheiro depois que sua casa se incendiou em Dakar em 1993.

O senegalês ainda mantém uma estreita aliança com Issa Hayatou, o presidente da Confederação Africana de Futebol e vice-presidente da Fifa.

Hayatou também foi sancionado pelo COI por também receber propinas no escândalo de Havelange. Apesar disso, caminha com tranquilidade pelos corredores do Copacabana Palace diariamente durante a Copa.

Essa não é a primeira vez que o executivo se vê envolvido em polêmicas. Massata Diack chegou a ser preso em 2005 acusado de fazer parte de um grupo que desviou dinheiro de subvenções obtidas pela seleção do Senegal na Copa Africana de Nações (CAN) e no Mundial de 2002.

Na ocasião, ele era dirigente da Federação Senegalesa de Futebol.

Junto com outros cartolas, Diack integrou o "Comitê Futebol 2002", criado pelo ministério senegalês dos Esportes para "preparar, coordenar e acompanhar as atividades" da seleção na CAN e na Copa do Mundo de 2002, organizada em conjunto por Japão e Coreia do Sul.

Os recursos gerados pela participação nas duas competições deveriam ter sido utilizados para promover o futebol no país, principalmente através da criação de centros de formação ou reforma das estruturas esportivas já existentes.

Mas, em 2003, o Tribunal de Contas senegalês divulgou relatório apontando o desvio de recursos, citando Massata Diack e mais três dirigentes como responsáveis por corrupção.

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