Em mesma ação contra Yunes, PF prende também dono da Rodrimar
Antonio Celso Grecco está sob suspeita ter sido beneficiado por Temer na edição do decreto voltado ao setor portuário
Estadão Conteúdo
Publicado em 29 de março de 2018 às 08h56.
Última atualização em 29 de março de 2018 às 09h41.
São Paulo - Além do advogado e empresário José Yunes, a Polícia Federal também prendeu nesta quinta-feira, 29, um dos donos da empresa Rodrimar, Antonio Celso Grecco, que foi detido no interior de São Paulo. A ordem de prisão de Yunes é temporária (cinco dias).
As ordens de custódia são do ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal no âmbito do inquérito que apura o Decreto dos Portos.
O presidente Michel Temer é um dos alvos da investigação e está sob suspeita de beneficiar a empresa Rodrimar na edição do decreto voltado ao setor portuário. A PF também vasculha a sede da Rodrimar, em Santos.
José Yunes é amigo de Temer há mais de 50 anos. O empresário foi assessor do emedebista na Presidência - e pediu demissão do cargo após a revelação do conteúdo da delação premiada do ex-executivo da Odebrecht Claudio Melo Filho.
O empresário também foi citado na delação do doleiro Lúcio Funaro, que afirmou que José Yunes era um dos operadores de Michel Temer.
A Polícia Federal informou que por determinação do STF "não se manifestará a respeito das diligências realizadas na presente data".
Defesas
O advogado José Luis Oliveira Lima, que defende Yunes, divulgou nota para comentar a prisão do seu cliente. "É inaceitável a prisão de um advogado com mais de 50 anos de advocacia, que sempre que intimidado ou mesmo espontaneamente compareceu à todos os atos para colaborar. Essa prisão ilegal é uma violência contra José Yunes e contra a cidadania", escreveu.
A reportagem fez contato com a defesa de Antonio Celso Grecco, mas ainda não obteve resposta. O espaço está aberto para manifestação.