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Em formatura de diplomatas, Ernesto Araújo chora e ataca imprensa

Ao lado de Bolsonaro no Instituto Rio Branco, chanceler disse que diplomacia precisa ter "sangue nas veias" e afirmou que Guaidó não foi derrotado

O ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, durante Cerimônia de Formatura da Turma do Instituto Rio Branco. (Antonio Cruz/Agência Brasil)
EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 3 de maio de 2019 às 16h11.

Última atualização em 3 de maio de 2019 às 16h14.

Brasília - O chanceler Ernesto Araújo elogiou o presidente Jair Bolsonaro, se emocionou diversas vezes e criticou a imprensa em discurso na cerimônia de formatura dos novos diplomatas do Instituto Rio Branco.

Em referência ao presidente da República, que estava presente na cerimônia, Araújo citou trecho do Evangelho que diz que "a pedra que os construtores rejeitaram tornou-se a pedra angular".

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"A pedra que os órgãos da imprensa rejeitaram, a pedra que os intelectuais rejeitaram, que os especialistas rejeitaram... Essa pedra tornou-se a pedra angular do edifício do novo Brasil", declarou.

Citando a homenageada da turma de 30 formandos do Instituto Rio Branco, Aracy Guimarães Rosa, Araújo disse que "diplomacia não significa ficar em cima do muro, nem ficar assistindo em cima do muro, esperando ver quem ganha e aí aderir ao vencedor". "Diplomacia precisa ter sangue nas veias."

Ainda fazendo menção à Aracy, que no período nazista salvou a vida de dezenas de judeus, Araújo se solidarizou aos que sofrem perseguição política atualmente "na Venezuela e em todos os lugares do mundo".

Ao se dirigir aos formandos, o ministro de Relações Exteriores afirmou que o governo luta por renovação e que Bolsonaro admitiu os diplomatas nessa causa de maneira inédita. Também orientou os formandos a "pensarem" e "não terceirizarem informações aos meios de comunicação".

"Nenhum presidente da República valorizou mais o papel do Itamaraty do que o senhor, nenhum teve visão mais clara sobre o papel da política externa para a transformação nacional", elogiou o chanceler.

Araújo contou que, recentemente, Bolsonaro enviou mensagem "enquanto não faltar água no mar, não deixaremos de lutar". Ele frisou que "esse sentimento" do presidente o anima. "Temos a oportunidade única de mudar o Brasil e transformá-lo em uma grande nação".

Venezuela

Araújo também afirmou que o líder opositor venezuelano Juan Guaidó não foi derrotado no último dia 30 ao convocar a população para pressionar o presidente Nicolás Maduro. A interpretação de Araújo foi de que houve "avanço" no processo e que a pressão diplomática dos países do Grupo de Lima já fez efeito no país vizinho.

"No Grupo de Lima, hoje, nós queremos deixar muito claro o fato de que o que aconteceu no dia 30, no dia 1º, não é de forma nenhuma uma derrota desse ímpeto pela liberdade, pela democracia. Ao contrário, isso exige que a comunidade internacional continue trabalhando, como vem trabalhando", disse Araújo, após participar de um almoço oferecido aos formandos do Instituto Rio Branco, no Itamaraty.

O ministro afirmou que os países que apoiam o autoproclamado presidente interino da Venezuela se esforçam para não deixar ser criada uma narrativa, "que seria falsa", de um retrocesso no processo.

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