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Em entrevista, Feliciano se diz perseguido por ditadura gay

Ao jornal "Folha de S.Paulo", o deputado alegou que os protestos contra ele são organizadas por um movimento que "força as pessoas a pensar o que eles querem"


	Marco Feliciano: na semana passada, manisfestantes pediram a saída do deputado Marco Feliciano (PSC-SP) da Comissão de Direitos Humanos da Câmara
 (José Cruz/ABr)

Marco Feliciano: na semana passada, manisfestantes pediram a saída do deputado Marco Feliciano (PSC-SP) da Comissão de Direitos Humanos da Câmara (José Cruz/ABr)

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Da Redação

Publicado em 2 de abril de 2013 às 13h11.

Brasília - O deputado Marco Feliciano (PSC-SP), presidente da Comissão de Direitos Humanos da Câmara dos Deputados e acusado de racismo e homofobia, afirmou em entrevista publicada nesta terça-feira pela "Folha de S.Paulo" que o país vive sob "ditadura gay" que o "persegue".

Feliciano, pastor evangélico, foi eleito presidente da Comissão de Direitos Humanos da Câmara dos Deputados no mês passado e desde então foi objeto de protestos em todo o país por sua rejeição à homossexualidade e por declarações polêmicas nas quais afirmou que a etnia negra é "amaldiçoada" e que a Bíblia diz isso.

Na entrevista publicada pela "Folha de S.Paulo" e pelo "UOL", Feliciano alegou que os protestos são organizadas por um movimento homossexual que se comporta como uma "ditadura gay" e "força as pessoas a pensar o que eles querem".

O deputado reiterou ainda sua oposição a leis que condenam a discriminação sexual e assegurou que, em sua opinião, deveria haver leis também contra os preconceitos contra "carecas", "caolhos" e "banguelas".

Sobre a homossexualidade, insistiu que pode ser "revertida" com ajuda "psicológica" e "espiritual", já que é "um fenômeno de comportamento".

O parlamentar é presidente e pastor da Assembleia de Deus Catedral do Avivamento, vinculada à Assembleia de Deus, um culto evangélico que tem no Brasil cerca de 20 milhões de fiéis, entre os quais garantiu que existem "muitas" pessoas que deixaram de ser homossexuais graças à ajuda espiritual.


Na entrevista, Feliciano insistiu que suas posições não são "homofóbicas" nem racistas e se apoiam em convicções religiosas, pelas quais também é contra o casamento gay, reivindicado pelas organizações homossexuais.

Segundo o pastor, no Brasil existe a figura da "união civil" entre pessoas do mesmo sexo e não se deve avançar além de isso.

"O problema é que depois do casamento religioso, eles podem querer, como já brigam pela adoção de crianças. E nós sabemos, a própria psicologia diz, que a criança criada por dois homens ou criada por duas mulheres tem uma problemática sem tamanho", declarou.

Feliciano insistiu que, apesar das fortes pressões para sua renúncia à Comissão de Direitos Humanos, ele se manterá nesse cargo, pois foi eleito em forma "legítima" pelos membros desse grupo parlamentar.

A indignação dos movimentos de direitos humanos foi além das fronteiras do país e a Anistia Internacional, na semana passada, considerou "inaceitável" a permanência de Feliciano no cargo.

Através de um comunicado, a Anistia Internacional pediu ao Congresso brasileiro para "reconhecer o grave equívoco cometido" e "corrigir" o "erro" que representou sua eleição como presidente da Comissão de Direitos Humanos.

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