Lula, Dilma e Gleisi Hoffmann durante a Convenção do PT no Paraná (Heinrich Aikawa/Instituto Lula)
Da Redação
Publicado em 3 de julho de 2014 às 22h17.
São Paulo - O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse que o momento é de expectativa com as eleições de outubro deste ano e que tem percebido os adversários mais "nervosos e agressivos".
"Houve uma falta de respeito com a presidenta que não tinha visto comigo. Eu era metalúrgico e achava que o preconceito era comigo, mas é com a presidenta Dilma", afirmou, em plenária do PT no Paraná, numa referência indireta aos xingamentos direcionados à presidente durante a abertura da Copa, em 12 de junho, no Itaquerão.
Lula afirmou que a "imensa alegria" de sediar o Mundial de futebol virou um "pesadelo" porque algumas pessoas se acharam no direito de dizer que a Copa não ia acontecer.
"Umas porque não queriam e outras porque achavam que as coisas não iam ficar prontas. Tudo está funcionando perfeitamente bem. Estamos podendo oferecer uma Copa das melhores que o mundo esportivo já viu, derrubando o pessimismo vendido inclusive pela imprensa estrangeira, quem sabe incentivada pela imprensa brasileira", afirmou. "Para a desgraça deles (os pessimistas), o Brasil vai ser campeão do mundo no dia 13."
Numa defesa das gestões do PT nos últimos 12 anos, o ex-presidente referiu-se à situação do País antes de ele tomar posse, em 2003.
Ele questionou a plateia sobre qual era a perspectiva para alguns dos principais indicadores econômicos, como o crescimento, a inflação, a dívida externa, a dívida interna, o desemprego e o salário mínimo.
"Antes de chegarmos à Presidência, a grande bandeira era que o salário mínimo fosse de US$ 100. Hoje não só é de US$ 100 como já ultrapassou os US$ 300. E sabemos que é pouco e que é preciso aumentar muito mais ainda", afirmou.
O petista lembrou que, na década de 70, havia o discurso de que era preciso ter paciência e esperar o bolo crescer, para então dividi-lo, mas a desigualdade só aumentou.
Segundo ele, havia também o discurso de que não era possível desenvolver o mercado interno e as exportações, porque o Brasil não conseguiria fazer as duas coisas.
"Tivemos que mostrar que era possível mudar isso. Tivemos que mostrar que era possível acabar com o complexo de vira-latas", afirmou.
O ex-presidente disse que não era preciso ter diploma universitário para saber que um país como o Brasil precisaria de crédito, emprego e salário para que o povo tivesse acesso aos bens essenciais, e defendeu o Bolsa Família.
"Quando criamos o Bolsa Família, diziam que R$ 50 era esmola. E poderia ser, para quem tomava uísque e dava R$ 50 de esmola", disse, argumentando que há sempre uma parcela da população que fica incomodada com a ascensão social dos mais pobres.
Apesar de destacar as medidas que beneficiaram os que estão na base da pirâmide social, Lula negou que os mais ricos tenham sido preteridos.
"Duvido que tenha um empresário que possa dizer que em algum momento foi desrespeitado", afirmou, dizendo que a sabedoria de governar um país não vem só da cabeça, mas do coração.
Além de Lula, estão no evento desta noite, em Curitiba, a presidente Dilma Rousseff e os ministros das Comunicações, Paulo Bernardo, da Casa Civil, Aloizio Mercadante, e do Desenvolvimento Agrário, Miguel Rossetto, além da candidata ao governo do Paraná pelo PT, Gleisi Hoffmann, e do prefeito de Curitiba, Gustavo Fruet (PDT).