Em campanha, Bolsonaro vai a Belém para o Círio de Nazaré
A ida de Bolsonaro a Belém acontece no contexto estratégico da maior manifestação religiosa do país, que reúne cerca de 2 milhões de pessoas
Da Redação
Publicado em 5 de outubro de 2017 às 06h35.
Última atualização em 5 de outubro de 2017 às 07h32.
O deputado federal Jair Bolsonaro desembarca nesta quinta-feira em Belém, no Pará, para mais uma etapa de sua campanha à presidência em 2018.
Outdoors espalhados pela cidade chamam a população para acompanhar o polêmico deputado. Às 14h30, ele deve desembarcar no aeroporto; às 17h30, faz uma palestra em um centro de eventos. O aluguel do local, de 9.000 reais, foi pago pelo também deputado federal Eder Mauro (PSD-PA), amigo e cicerone da passagem de Bolsonaro pelo Pará.
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Nas redes sociais, a ida do deputado ao Pará causa polêmica. Grupos ligados à esquerda convocaram protestos contra Bolsonaro. De acordo com reportagem da BBC Brasil, militantes apoiadores temem que haja algum tipo de confronto e chegaram a escalar mulheres como seguranças. A intenção é quebrar o estereótipo de machista que o deputado carrega.
A ida de Bolsonaro a Belém acontece em uma data estratégica. Também hoje começa o Círio de Nazaré, a maior manifestação religiosa do país, que reúne cerca de 2 milhões de pessoas. O evento vai até domingo e, além do deputado, está atraindo uma legião de outros políticos a Belém.
O presidente Michel Temer fará a abertura do Círio e também deve anunciar a doação de um terreno do exército para a Arquidiocese de Belém.
Além dos dois, o prefeito de São Paulo João Doria vai a Belém na sexta-feira pelo mesmo motivo. A intenção clara é tentar tornar-se mais conhecido de olho no posto de candidato do PSDB à presidência. O tucano receberá o título de cidadão da cidade da Câmara de Vereadores – os mesmos que recusaram conceder o título a Bolsonaro.
Doria e Bolsonaro têm uma intersecção de eleitorado, o que pode acirrar a disputa entre ambos. Na maioria das simulações feitas por pesquisas, Bolsonaro aparece melhor nas intenções de voto, especialmente quando o adversário tucano é o governador paulista, Geraldo Alckmin. Conquistar os votos religiosos e ganhar tração no Norte do país é fundamental para os postulantes ao cargo. Neste cenário, o Círio é o palco ideal.