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Em áudio, Jucá sugere pacto para barrar Lava Jato

Em conversas gravadas, o ministro do Planejamento sugeriu um pacto ao ex-presidente da Transpetro, Sérgio Machado, para barrar o avanço da Operação Lava Jato.

Ministro do Planejamento, Romero Jucá. 12/05/2016 (Ueslei Marcelino / Reuters)

Valéria Bretas

Publicado em 23 de maio de 2016 às 08h18.

São Paulo – Em conversas gravadas, o ministro do Planejamento , Romero Jucá, sugeriu um pacto ao ex-presidente da Transpetro [empresa subsidiária da Petrobras], Sérgio Machado, para barrar o avanço da Operação Lava Jato .

Segundo o  jornal Folha de S. Paulo, que teve acesso aos áudios entre Machado e Jucá, a conversa aconteceu semanas antes da votação do impeachment na Câmara dos Deputados.

No diálogo, Machado, que é investigado pela operação, comenta:

"O [Rodrigo] Janot (Procurador Geral da República) está a fim de pegar vocês. E acha que eu sou o caminho. [...] Ele acha que eu sou o caixa de vocês".

Para o ex-presidente da Transpetro, o envio de seu caso para o juiz federal Sérgio Moro seria uma forma de força-lo a fazer um acordo de delação premiada para incriminar líderes do PMDB.

"Aí fodeu. Aí fodeu para todo mundo. Como montar uma estrutura para evitar que eu 'desça'? A gente tem que encontrar uma saída", diz Machado.

Jucá concordou: "Eu acho que a gente precisa articular uma ação política", afirmou. "Tem que mudar o governo pra poder estancar essa sangria", disse o atual ministro em referência ao avanço da operação.

Na conversa, Machado sugere que seja feito um pacto nacional com o presidente interino, Michel Temer. "É um acordo, botar o Michel, num grande acordo nacional", diz. Em resposta, Jucá afirma que o pacto deveria envolver o Supremo Tribunal Federal (STF).

"Só o Renan [Calheiros] que está contra essa porra. Porque não gosta do Michel, porque o Michel é Eduardo Cunha", diz o ministro sobre o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL).

"Ele ainda não compreendeu que a saída dele é o Michel e o Eduardo. Na hora que cassar o Eduardo, que ele tem ódio, o próximo alvo, principal, é ele. Então quanto mais vida, sobrevida, tiver o Eduardo, melhor pra ele. Ele não compreendeu isso não".

Nos diálogos, eles citam que a situação dos políticos é grave. "Eles querem pegar todos os políticos", disse o ex-presidente da Transpetro.

Em seguida, o ministro do Planejamento cita líderes do PSDB. "Caiu. Todos eles. Aloysio [Nunes,], [José] Serra , Aécio [Neves]".

"E o PSDB, não sei se caiu a ficha já", diz Machado.

"Todo mundo na bandeja para ser comido", rebateu Jucá.

Para Sérgio Machado, o primeiro a cair será o senador Aécio Neves (PSDB-MG). "O Aécio não tem condição, a gente sabe disso, porra. Quem que não sabe? Quem não conhece o esquema do Aécio? Eu, que participei de campanha do PSDB".

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Segundo o  jornal Folha de S. Paulo, que teve acesso aos áudios entre Machado e Jucá, a conversa aconteceu semanas antes da votação do impeachment na Câmara dos Deputados.

No diálogo, Machado, que é investigado pela operação, comenta:

"O [Rodrigo] Janot (Procurador Geral da República) está a fim de pegar vocês. E acha que eu sou o caminho. [...] Ele acha que eu sou o caixa de vocês".

Para o ex-presidente da Transpetro, o envio de seu caso para o juiz federal Sérgio Moro seria uma forma de força-lo a fazer um acordo de delação premiada para incriminar líderes do PMDB.

"Aí fodeu. Aí fodeu para todo mundo. Como montar uma estrutura para evitar que eu 'desça'? A gente tem que encontrar uma saída", diz Machado.

Jucá concordou: "Eu acho que a gente precisa articular uma ação política", afirmou. "Tem que mudar o governo pra poder estancar essa sangria", disse o atual ministro em referência ao avanço da operação.

Na conversa, Machado sugere que seja feito um pacto nacional com o presidente interino, Michel Temer. "É um acordo, botar o Michel, num grande acordo nacional", diz. Em resposta, Jucá afirma que o pacto deveria envolver o Supremo Tribunal Federal (STF).

"Só o Renan [Calheiros] que está contra essa porra. Porque não gosta do Michel, porque o Michel é Eduardo Cunha", diz o ministro sobre o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL).

"Ele ainda não compreendeu que a saída dele é o Michel e o Eduardo. Na hora que cassar o Eduardo, que ele tem ódio, o próximo alvo, principal, é ele. Então quanto mais vida, sobrevida, tiver o Eduardo, melhor pra ele. Ele não compreendeu isso não".

Nos diálogos, eles citam que a situação dos políticos é grave. "Eles querem pegar todos os políticos", disse o ex-presidente da Transpetro.

Em seguida, o ministro do Planejamento cita líderes do PSDB. "Caiu. Todos eles. Aloysio [Nunes,], [José] Serra , Aécio [Neves]".

"E o PSDB, não sei se caiu a ficha já", diz Machado.

"Todo mundo na bandeja para ser comido", rebateu Jucá.

Para Sérgio Machado, o primeiro a cair será o senador Aécio Neves (PSDB-MG). "O Aécio não tem condição, a gente sabe disso, porra. Quem que não sabe? Quem não conhece o esquema do Aécio? Eu, que participei de campanha do PSDB".

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