Salto no repasse aos estados foi tímido no mesmo período: de R$ 4,1 bilhões para R$ 4,9 bilhões (José Dias/PR/Flickr)
Agência O Globo
Publicado em 27 de julho de 2020 às 07h32.
Última atualização em 27 de julho de 2020 às 07h33.
Pressionado por deputados federais, que, em ano eleitoral, querem irrigar suas bases com recursos, o Ministério da Saúde manobrou o orçamento para acelerar as transferências de recursos de combate à covid-19 aos municípios. Na liberação de verbas para os estados, porém, o governo federal não mostrou a mesma agilidade.
Em um primeiro movimento, a pasta triplicou o recurso empenhado (reservado para pagamento posterior) para prefeituras, que saiu de R$ 5,8 bilhões no início de julho para R$ 17,5 bilhões, até o último dia 21. Ou seja, o ministério carimbou três vezes mais verba somente neste mês para os municípios do que fez desde março, quando a pandemia começou.
O mesmo não ocorreu com as transferências a estados, que, no mesmo período, tiveram um salto tímido: de R$ 4,1 bilhões para R$ 4,9 bilhões.
O presidente do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass), Carlos Eduardo Lula, afirma que existe um "erro de concepção" ao se destinar mais verbas para os municípios.