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Em 3 dias úteis, governo Temer mostra incoerência

“Paciência. Não estou sendo bem compreendido. Estou sendo incapaz de transmitir a vocês com competência aquilo que vocês me perguntam”, disse ministro de Temer


	Michel Temer: estrutura Temer tem corrido para recuar da impressão negativa de medidas tomadas pelo governo provisório desde o momento em que ele foi instalado
 (Ueslei Marcelino/Reuters)

Michel Temer: estrutura Temer tem corrido para recuar da impressão negativa de medidas tomadas pelo governo provisório desde o momento em que ele foi instalado (Ueslei Marcelino/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 18 de maio de 2016 às 21h38.

“Paciência. Não estou sendo bem compreendido. Estou sendo incapaz de transmitir a vocês com competência aquilo que vocês me perguntam”, disparou o ministro da Secretaria de Governo, Geddel Vieira Lima. Ele frisou que são apenas dois úteis de governo e exigências como se estivessem no comando há quatro anos.

A ira do ministro se deve a má repercussão das idas e vindas dos três dias úteis de governo do presidente em exercício Michel Temer.

A estrutura Temer tem corrido para recuar da impressão negativa de medidas tomadas pelo governo desde o momento em que ele foi instalado.

Primeiro, o governo montou um ministério de homens brancos. Em seguida, após declarações controversas dos ministros para justificar como o comando da pasta foi escalado, o presidente em exercício confirma a economista Maria Silva Bastos Marques para a presidência do BNDES.

Ainda na composição do ministério, a extinção da pasta da Cultura foi considerada um tiro no pé. Após críticas de artistas, servidores do ministério e ativistas, o governo recuou novamente e sinaliza a criação da Secretaria de Cultura, vinculada a Presidência.

Depois da posse, as primeiras declarações do primeiro escalão de Temer foram mal recebidas e a reação do governo também foi recuar.

Os ministros da Justiça, Saúde e Fazenda foram os primeiros a bater cabeça com o núcleo duro do Planalto.

No comando da Justiça, Alexandre de Moraes sugeriu, em entrevista à Folha de S.Paulo, a alteração na regra atual para a escolha do procurador-geral da República. No mesmo dia, ele foi desautorizado pelo presidente em exercício.

Ricardo Barros, da Saúde, passou pela mesma situação. Também em entrevista à Folha, o ministro defendeu uma revisão no Sistema Único de Saúde (SUS). Em seguida, recuou e disse que o sistema está estabelecido.

Já Henrique Meirelles sugeriu a recriação da CPMF como uma das apostas para tirar o País da crise. Sem acordo sobre o tema, o ministro da Secretaria-Geral de Governo, Geddel Vieira Lima, questionou a medida. Segundo ele, não é o momento de o governo propor a criação de mais um imposto.

Todas essas idas e vindas geraram uma reação inusitada no ministro da Secretaria de Governo. De maneira irônica, Geddel enfatizou que a política tem um tempo diferente do da notícia.

Ele também pediu calma e tranquilidade.

"São dois dias de governo, ainda estou nomeando a minha equipe, a sensação é que estamos em um governo de 4 anos, com transição de 90 dias para se preparar, por isso faço o pedido de paciência, as pessoas estão cobrando determinadas ações que precisam de prazo mínimo”, defendeu.

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