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Em 1º depoimento, Queiroz diz que desconhece vazamento de investigação

Ex-assessor foi ouvido como testemunha no caso das "rachadinhas" e disse que pediu demissão do cargo na Alerj por vontade própria

Queiroz: es-assessor de Flávio Bolsonaro deu o primeiro depoimento depois de ser preso pela PF (SBT/Reprodução)
AO

Agência O Globo

Publicado em 29 de junho de 2020 às 20h15.

Em seu primeiro depoimento prestado desde que se tornou pivô das investigações envolvendo o senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ), o ex-assessor Fabrício Queiroz afirmou nesta segunda-feira à Polícia Federal que desconhece o suposto vazamento de informações de uma investigação que lhe atingiria no caso da "rachadinha", como relatado anteriormente pelo empresário Paulo Marinho.

Queiroz foi preso preventivamente no último dia 18, a pedido do Ministério Público do Rio, na Operação Anjo. Custodiado no presídio de Bangu 8, o ex-assessor foi ouvido na tarde desta segunda-feira, na condição de testemunha, pelo delegado da PF do Rio Jaime Cândido por meio de videoconferência, para evitar risco de contágio por coronavírus.

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De acordo com investigadores, em seu depoimento Queiroz negou ter conhecimento de irregularidades sobre esse assunto e disse que nunca teve informações antecipadas de investigações.

Queiroz disse à PF que foi ele próprio quem pediu para ser exonerado do cargo de assessor do gabinete de Flávio na Assembleia Legislativa do Rio, negando a suspeita de que foi demitido por Flávio após ele ter obtido informações confidenciais de que seu então assessor seria alvo de investigações em curso devido a uma movimentação bancária incompatível.

Como justificativa para seu pedido demissão, Queiroz disse à PF que estava "cansado" de trabalhar como assessor político e que iria cuidar de problemas de saúde.

As suspeitas envolvendo o vazamento da investigação surgiram a partir de entrevista do empresário Paulo Marinho, ex-aliado do hoje senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ).

Marinho afirmou que um policial federal avisou a Flávio que um assessor seu, Queiroz, estava na mira das investigações da Operação Furna da Onça.

Relatório do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) obtido na operação detectou movimentações atípicas na conta de Queiroz e apontou suspeita de um esquema de devolução de salários dos funcionários do gabinete de Flávio na Assembleia Legislativa do Rio, prática conhecida como "rachadinha".

Em suas declarações, Paulo Marinho havia afirmado que Flávio demitiu Queiroz no dia 15 de outubro de 2018 justamente após ter conhecimento de que o então assessor era alvo de investigações.

O depoimento de Queiroz à PF, entretanto, não confirma o relato de Paulo Marinho, já que ele disse que saiu por vontade própria.

Queiroz também acrescentou que não teve conhecimento prévio sobre teor das investigações contra si e disse que ficou sabendo do caso apenas pela imprensa, quando saíram as primeiras reportagens sobre a detecção de movimentação financeira atípica em suas contas.

Como o objeto da investigação da PF é apenas o vazamento de informações da Operação Furna da Onça, o delegado não fez questionamentos sobre o esquema de rachadinha, que é foco de outra investigação, esta do Ministério Público Estadual.

Desde que seu nome ficou sob suspeita, Queiroz passou a se esquivar de apresentar explicações ao Ministério Público do Estado do Rio, que cuida da investigação da rachadinha.

Sua defesa apresentou informações por escrito, mas Queiroz nunca chegou a prestar depoimento ao MP do Rio. Agora que está preso, ele deve também ser ouvido pelos investigadores do esquema de rachadinha.

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