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Eike nega pagamentos a Funaro e Cunha para obter financiamentos

Conforme indicado em delação premiada, os supostos pagamentos seriam para que a empresa de Eike recebesse investimento de R$ 750 milhões do FI-FGTS

Eike Batista: o empresário depôs na tarde de hoje como testemunha de defesa de Lúcio Funaro (Ueslei Marcelino/Reuters)

Eike Batista: o empresário depôs na tarde de hoje como testemunha de defesa de Lúcio Funaro (Ueslei Marcelino/Reuters)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 17 de julho de 2017 às 20h27.

Rio - O empresário Eike Batista, em depoimento à Justiça Federal no Rio, negou nesta segunda-feira, 17, ter feito qualquer pagamento indevido para que sua empresa LLX Açú Operações Portuárias recebesse, em 2012, investimento de R$ 750 milhões do FI-FGTS, conforme indicado em delação premiada.

Eike contou ter dado uma carona em um voo ao deputado cassado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) de Brasília para o Rio após pedido de um executivo de suas empresas, mas negou ter relações com ele.

"Ele embarcou, sentou numa poltrona atrás. Posso ter o cumprimentado, mas não tenho relação nenhuma, nenhum contato telefônico, não visito a casa dele e nem ele a minha", disse em videoconferência à 10ª Vara da Justiça Federal, em Brasília.

O fundador do grupo X depôs na tarde de hoje como testemunha de defesa de Lúcio Funaro no processo em que o doleiro e Cunha são réus.

O depoimento durou em torno de 15 minutos.

O ex-sócio de Funaro, Alexandre Margotto, contou, em delação premiada, que Eike Batista pagou a Funaro e Cunha para que sua empresa LLX Açú Operações Portuárias recebesse, em 2012, investimento de R$ 750 milhões do FI-FGTS.

"Gostaria de ressalvar que eu era presidente do conselho de administração da companhia e isso era tratado por executivos dentro da empresa", afirmou.

Questionado, disse que pessoalmente não negociou nada: "Absolutamente não".

Eike disse não conhecer Funaro e negou ter tido um encontro com ele em Nova York.

"Posso ter esbarrado com ele em algum restaurante por acaso, mas não o conheço e não lembro de ter encontrado ele em Nova York."

Na versão do delator, Funaro e Eike jantaram em Nova York.

A reunião, revelada a Margotto por Funaro, teria sido intermediada por Joesley Batista, da holding J&F, que teria participado do encontro. Eike também afirmou não conhecer Margotto.

O fundador do grupo X também foi perguntado se teria negociado a liberação do crédito com muitas autoridades, como a ex-presidente Dilma Rousseff.

"Absolutamente não." Ele também afirmou não conhecer Fabio Cleto, ex-vice-presidente de Fundos e Loterias da Caixa, indicado por Cunha.

"Não tenho a mais vaga ideia (da participação dele na obtenção do crédito)."

Sobre os executivos que trataram do tema, afirmou não saber quem eram, mas disse que poderia levantar os nomes posteriormente.

Ele afirmou que esteve várias vezes em Brasília com o ex-presidente da Caixa, Jorge Hereda.

"Não sei se foi sobre esse assunto, mas estive várias vezes com o Hereda em Brasília."

Delação

O advogado do empresário Eike Batista, disse que seu cliente "vem prestando informações com vistas ao auxilio da Justiça".

Após ser questionado se Eike já tinha feito delação, o advogado afirmou que não pode prestar essa informação neste momento.

"O senhor Eike Batista vem prestando informações com vistas ao auxilio da Justiça, mas essa informação, neste momento, não pode ser prestada", disse durante depoimento de Eike

Na sexta-feira, o Broadcast/Estado antecipou que o empresário e seus advogados já produziram ao menos oito anexos da sua proposta de delação premiada que será entregue ao Ministério Público Federal (MPF) no Rio.

Os principais nomes citados na colaboração de Eike são o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o ex-governador do Rio Sérgio Cabral (PMDB) e o ex-ministro da Fazenda Guido Mantega, apurou o Broadcast/Estado.

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