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Eike Batista é convocado a depor na CPI do BNDES, mas promete silêncio

A comissão que investiga irregularidades em contratos fechados pelo banco quer ouvir o empresário sobre empréstimos feitos a seu ex-conglomerado de empresas

Eike Batista: empresário pediu ao STF para poder ficar em silêncio durante depoimento e também teria solicitado autorização para abandonar a sessão caso se sinta desrespeitado (Wilson Dias/Agência Brasil)

Eike Batista: empresário pediu ao STF para poder ficar em silêncio durante depoimento e também teria solicitado autorização para abandonar a sessão caso se sinta desrespeitado (Wilson Dias/Agência Brasil)

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Da Redação

Publicado em 6 de agosto de 2019 às 06h12.

Última atualização em 6 de agosto de 2019 às 06h35.

A vida já foi mais fácil para Eike Batista. Após ter assistido seu patrimônio e prestígio para os negócios ser implodido em poucos anos, hoje, o ex-mega empresário se vê enredado em problemas com a justiça.

Nesta terça-feira, 6, Eike foi convocado a depor na Comissão de Inquérito Parlamentar (CPI) do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) da Câmara. A ideia é que ele fale sobre os contratos bilionários firmados entre seu ex-conglomerado EBX e o banco de fomento público.

De 2005 a 2012, Eike Batista captou no mercado investimentos de 26 bilhões de dólares para as empresas que levou à bolsa. Também financiou seu conglomerado com o sempre solícito BNDES, cujas operações com o grupo EBX somam cerca de dez bilhões de reais.

Segundo informações da coluna de Lauro Jardim, do jornal O Globo, embora convocado, Eike não deve colaborar com a CPI que foi instalada em março deste ano para investigar supostas irregularidades em contratos celebrados pelo banco entre 2003 e 2015. 

Além de ter entrado com um pedido de liminar no STF para poder permanecer em silêncio durante o depoimento, apelando ao direito constitucional de não ser obrigado a produzir provas contra si, Eike também teria solicitado autorização para abandonar a sessão caso se sinta desrespeitado, diz O Globo

Nos tempos de bonança, o grupo EBX aglutinava diversas companhias, todas elas terminadas com a letra que também representava sinal de multiplicação, como costumava ostentar o executivo.

As empresas X foram desenhadas para atuar de maneira complementar nos setores de mineração, energia, petróleo, logística e construção naval. Todas partiram do zero e tinham data marcada para entregar resultados. O prazo chegou, mas os resultados não vieram. 

Se em 2012 Eike foi considerado o sétimo mais rico do mundo pela Forbes, com 30 bilhões de dólares, em 2017 chegou a ser preso por corrupção quando já não tinha mais o controle acionário das companhias que criou. 

De lá para cá, a situação de Eike piorou ainda mais. Embora tenha ficado apenas três meses preso, no ano passado foi condenado a 30 anos de prisão por pagar propinas ao ex-governador do Rio de Janeiro Sérgio Cabral.

Se a sentença for confirmada em segunda instância, Eike poderá voltar para a cadeia. Ainda assim, o empresário mantém o otimismo. Começou a dar palestras de empreendedorismo, e afirmou no mês passado que pretende fundar dez unicórnios 一 empresas que valem mais de 1 bilhão de dólares 一 nos próximos anos, só não disse como o fará. 

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