Trabalho infantil: há cerca de 170 milhões de menores trabalhando no mundo, das quais 85 milhões em atividades perigosas e degradantes (Wilfredor / Wikimedia Commons)
Da Redação
Publicado em 8 de outubro de 2013 às 16h36.
Brasília - A garantia à educação, a intensificação da fiscalização e a manutenção de políticas sociais foram as ações debatidas hoje (8) na primeira sessão plenária da 3ª Conferência Global sobre Trabalho Infantil, em Brasília.
Com o tema A Erradicação Sustentável do Trabalho Infantil: Um Desafio Global, especialistas - entre os quais a ministra do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, Tereza Campello - discutiram as formas mais eficazes no combate ao uso de mão de obra infantil no mundo, entre elas a educação.
"Sair da crise é buscar os direitos sociais, buscar saúde, educação, assistência social e renda para toda a população. Não acreditamos em cortes de gastos sociais para se sair da crise. Ações pontuais são bem-vindas, mas não resolvem o problema do trabalho infantil. É preciso políticas e continuidade", explicou Tereza Campello, em consonância com o que já havia sido dito pela presidenta Dilma Rousseff, na abertura da conferência, que teve a participação do diretor-geral da Organização Internacional do Trabalhado (OIT), Guy Ryder.
Para a Tereza Campello, a educação é uma das grandes ferramentas para o fim do trabalho entre crianças e adolescentes. "Temos o desafio de transformar a escola e torná-la mais atraente", disse. A ministra também mencionou a necessidade de se manter e fortalecer as redes de assistência social e de transferência de renda - como o Programa Bolsa Família.
Na abertura do evento, o diretor-geral da OIT, já havia mencionado que, sem educação, não há como erradicar o trabalho infantil.
O representante da Organização Internacional dos Empregadores (OIE), Octavio Bustamante, destacou o papel do professor para que a educação seja eficaz na erradicação do trabalho infantil. "Nós abraçamos a causa dos professores. É preciso investir em recrutamento e formação da categoria", informou.
O ativista indiano Kailash Satyarthi, criador da Marcha Global contra o Trabalho Infantil e indicado ao Prêmio Nobel da Paz em 2006, também participou da primeira plenária do encontro.
A conferência, que ocorre em Brasília, tem como objetivo analisar os progressos alcançados pelos países, especialmente em relação ao compromisso assumido, em 2010, na Conferência de Haia, de erradicar as piores formas de trabalho infantil até 2016.
Há cerca de 170 milhões de menores trabalhando no mundo, das quais 85 milhões em atividades perigosas e degradantes. No final do encontro, que vai até quinta-feira (10) e reúne mais de mil pessoas, deverá ser divulgado um documento chamado Carta de Brasília com os resultados da conferência e os compromissos assumidos.