Brasil

Eduardo Cunha diz que delação de Joesley é mentirosa

Estou exercendo o meu direito de defesa e não estou em silêncio e tampouco ficarei", escreveu o deputado cassado em carta divulgada por seu advogado

Eduardo Cunha escoltado pela Polícia Federal 20/10 (Rodolfo Buhrer/Reuters)

Eduardo Cunha escoltado pela Polícia Federal 20/10 (Rodolfo Buhrer/Reuters)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 21 de maio de 2017 às 10h25.

Última atualização em 21 de maio de 2017 às 10h27.

São Paulo - Personagem da conversa entre o presidente Michel Temer e o empresário Joesley Batista, dono da JBS, o ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha (PMDB-RJ) negou ter seu silêncio comprado. "Estou exercendo o meu direito de defesa e não estou em silêncio e tampouco ficarei", escreveu o deputado cassado, em carta divulgada por seu advogado.

Na conversa com Temer, Joesley afirma ter "zerado" suas pendências com o deputado cassado e que "estava de bem" com Cunha. Em resposta, Temer responde: "Tem que manter isso, viu?"

Segundo disse em delação, na conversa, Joesley fazia menção à compra do silêncio do peemedebista, que está preso em Curitiba. Temer, no entanto, negou ter dado aval a uma possível compra de silêncio do deputado e disse que se referia a uma ajuda à família do ex-aliado.

No áudio da conversa com Joesley, Temer ainda reclama que tem sido "fustigado" pelo ex-parlamentar, que enviou perguntas ao presidente, sua testemunha de defesa em um dos processos, com menções a reuniões no escritório político de Temer em São Paulo.

"Repudio com veemência as informações divulgadas de que estaria recebendo qualquer benefício para me manter em silêncio", afirma o peemedebista na carta, que tem 18 linhas, redigidas em folha de papel almaço. "São falsas as informações divulgadas atribuídas a Joesley Batista de que estaria comprando o meu silêncio."

Na carta, ele diz ainda que nunca pediu qualquer coisa a Temer. "Jamais pedi qualquer coisa ao presidente Michel Temer e também jamais recebi dele qualquer pedido para me manter em silêncio", afirmou. "Recentemente, após entrevista dele, o desmenti com contundência, mostrando que não estou alinhado em nenhuma versão de fatos que não sejam os verdadeiros", conclui.

Cunha foi condenado em março pelo juiz Sérgio Moro a 15 anos e 4 meses. O deputado cassado responde a outras duas ações penais, uma em trâmite na 10.ª Vara Criminal Federal de Brasília, relativa à Operação Sépsis, e outra encaminhada a Moro pelo Supremo Tribunal Federal, que investiga se ele recebeu propina de US$ 5 milhões em contratos de construção de navios-sonda da Petrobras.

Acompanhe tudo sobre:Delação premiadaEduardo CunhaJBSJoesley BatistaMichel Temer

Mais de Brasil

Gás mais barato? Brasil deve assinar acordo com Argentina para ampliar importação, diz Silveira

Eduardo Suplicy diz que está em remissão de câncer após quatro meses de tratamento

Presidente turco viaja ao Brasil com intenção de defender a Palestina no G20

Datafolha: Oito a cada dez brasileiros defendem demissão de funcionários públicos por mau desempenho