A Fecomercio teme que o governo resolva restingir o crédito (Roberto Setton/EXAME)
Da Redação
Publicado em 8 de abril de 2011 às 17h27.
São Paulo – O aumento do Imposto Sobre Operações Financeiras (IOF) sobre compras a prazo e empréstimos à pessa física não deverá ter efeitos reflexos imediatos na economia. A avaliação é do economista da Federação do Comércio de São Paulo (Fecomercio-SP) Fábio Pina. “Nós vamos ver mesmo efeito na segunda metade do ano”, disse ele.
Pina teme que a medida tenha pouca força. Segundo ele, o consumidor brasileiro leva mais em consideração o valor da prestação do que o tamanho da taxa de juros. “Eu tenho até um pouco de medo de falar isso, porque a próxima ideia que eu acho que o governo vai adotar é começar a restringir o crediário via prazo”, previu.
Outro problema, na opinião do economista, é o fato de as medidas de combate a inflação estarem sendo anunciadas separadamente. Para Pina, isso passa uma sensação de insegurança para o mercado, como se as autoridades econômicas não soubessem exatamente como lidar com a situação. “De certa forma, o governo não fez a leitura mais adequada do que está acontecendo no cenário macroeconômico”.
A solução para o problema só virá, segundo o especialista, quando o governo adotar o que chamou de "medidas de base", como “reforma fiscal, aumento de investimentos em infraestrutura e redução da carga tributária”. Apesar de serem medidas de longo prazo, Pina defende que, caso o governo sinalize comprometimento com essas reformas, o mercado tende a responder positivamente. “Se ele começar a endereçar a solução de longo prazo, o mercado já antecipará isso.”