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Economist compara Cunha a personagem de "House of Cards"

Cunha foi líder do bloco que impôs derrotas a Dilma em votações na Câmara, mesmo sendo do PMDB. Seu caráter manipulativo rendeu a comparação com Frank Underwood

Eduardo Cunha e Frank Underwood: os dois receberam o título de "campeão dos bastidores" (Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil e Wikimedia Commons)

Mariana Fonseca

Publicado em 12 de fevereiro de 2015 às 20h00.

São Paulo - Mesmo fazendo parte do PMDB , partido aliado ao governo , a vitória de Eduardo Cunha na disputa pela presidência da Câmara dos Deputados representa um obstáculo para Dilma Rousseff negociar com a Casa.

Isso porque, apesar de ser aliado do PT no papel, Cunha foi o líder do bloco de deputados que, em 2014, impôs derrotas a Dilma em votações na Câmara.

Sua "perspicácia dos bastidores" e seu "conhecimento íntimo das regras do Congresso" fez com que a revista The Economist comparasse o novo presidente da Câmara dos Deputados a Frank Underwood, protagonista da série "House of Cards".

"Desde o começo, Cunha era favorito para derrotar Arlindo Chinaglia, o estabanado candidato do PT, e Júlio Delgado, do opositor PSB. Que ele conseguisse ganhar no primeiro turno, com quase o dobro de votos que foram para Chinaglia, pegou todos de surpresa", diz a publicação.

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Frank Underwood é, nas palavras da Economist, "cruel". Já Eduardo Cunha é qualificado como sendo "aberto a persuasão" (ou seja, não é um "opositor dogmático").

Em comum, os dois têm o título de "campeão dos batidores", evidenciado pela habilidade do peemedebista em "atrasar projetos de lei que ele não apoia e, igualmente, estimular esses congressistas".

A matéria, entitulada "Aliados incômodos", afirma que o novo presidente da Câmara fará a vida de Dilma Rousseff mais difícil, citando declaração do próprio Cunha, que disse que o Congresso no seu comando exercerá a independência, "agradando ao Planalto ou não".

São Paulo - Na noite deste domingo, Eduardo Cunha ( PMDB ) foi eleito o novo presidente da Câmara dos Deputados . Cunha derrotou o candidato do governo Arlindo Chinaglia (PT), além de Júlio Delgado (PSB) e Chico Alencar (PSOL). A vitória de Eduardo Cunha é vista como uma derrota para o governo, que fez forte campanha por Chinaglia. Além disso, a vitória põe fim ao acordo entre PT e PMDB que determinava o revezamento dos dois partidos no comando da Casa. Embora Cunha seja do PMDB, partido que faz parte da base de apoio do governo, ele foi o líder do bloco de deputados que no, ano passado, impôs duras derrotas a Dilma em votações na Casa. Com sua eleição, a expectativa é que a presidente Dilma Rousseff enfrente dificuldades nas negociações com a Câmara, já que em seu discurso de vitória, Cunha fez questão de deixar claro que seu mandato será marcado pela independência da Casa. Veja nos slides 10 frases de Eduardo Cunha que mostram o tamanho do desafio que Dilma terá com a Câmara daqui para a frente.
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