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Economia e violência abrem 'clarões' nas arenas pelo país

O m,edo da violência afeta torcedores comuns de maior poder aquisitivo, justamente aqueles que quando vão aos estádios optam por ficar nos setores mais nobres.

Maracanã lotado na final da Copa do Mundo 2014 (Matthias Hangst/Getty Images)
DR

Da Redação

Publicado em 28 de março de 2015 às 08h43.

São Paulo - O Itaquerão , a Arena Corinthians, não é o único dos novos estádios brasileiros que convivem com setores que recebem pouco público. Já se tornou comum, por exemplo, ver as partes centrais de Maracanã (Rio) e Mineirão (Belo Horizonte) praticamente às moscas na maioria dos jogos. A rigor, distribuição uniforme de torcedores por suas dependências apenas o Allianz Parque, do Palmeiras, tem conseguido com regularidade.

Para o consultor de gestão esportiva da BDO, Pedro Daniel, são dois os principais fatores que andam esvaziando os locais mais nobres das novas arenas, como camarotes e cadeiras especiais: a crise econômica vivida pelo País e a violência que insiste em acompanhar as partidas de futebol, sobretudo os clássicos.

"Quando a economia passa por momentos complicados, o gasto com entretenimento diminui", disse Daniel. "No caso dos camarotes, por exemplo, normalmente quem compra são as empresas. Com a economia numa fase desfavorável, esse investimento é deixado de lado".

Em relação ao medo da violência, ele alerta que causa impacto nos torcedores comuns de maior poder aquisitivo, justamente aqueles que quando vão aos estádios optam por ficar nos setores mais nobres. "São os que pagam valores mais altos pelos ingressos. Eles estão avaliando que a contrapartida recebida para ir ao estádio ainda não é a ideal". No Itaquerão, o Corinthians chega a cobrar R$ 450 por bilhete no setor Oeste.

TERCEIRO FATOR - Nos outros Estaduais, os preços têm sido mais camaradas, mas mesmo assim os bilhetes com valor mais alto têm pouca saída - e têm pouca oferta também, por uma questão estratégica. Tanto no Maracanã como no Mineirão os clarões na parte central são "forçados". Pedro Daniel explica: "Faz parte da estratégia dos clubes e dos administradores para atrair público para os outros setores. Por isso, muitas vezes os setores mais caros ficam fechados".

No Mineirão, o ingresso mais caro este ano para jogos do Estadual sai por R$ 130. Mas no clássico entre Cruzeiro e Atlético apenas 79 bilhetes para esse setor foram colocados à venda - e todos foram vendidos. O mesmo ocorreu no Maracanã com os bilhetes de R$ 80 para o clássico entre Botafogo e Fluminense pelo Campeonato Carioca. Foram adquiridos os 369 colocados à venda.

SUCESSO - O consultor considera que o Palmeiras tem conseguido obter mais sucesso na tarefa de preencher todos os setores do estádio - embora em alguns deles o preço dos ingressos também seja salgado.

E, no caso dos camarotes, vê na arena duas vantagens em comparação com o Itaquerão: a localização e o fato de os espaços serem menores - e, portanto, mais acessíveis. "A localização é um complicador para a arena do Corinthians. Como os camarotes são basicamente corporativos, é complicado para uma empresa levar convidados a Itaquera em um jogo às 10 da noite de uma quarta-feira. Isso também inibe (as vendas)", disse Daniel.

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São Paulo - O Itaquerão , a Arena Corinthians, não é o único dos novos estádios brasileiros que convivem com setores que recebem pouco público. Já se tornou comum, por exemplo, ver as partes centrais de Maracanã (Rio) e Mineirão (Belo Horizonte) praticamente às moscas na maioria dos jogos. A rigor, distribuição uniforme de torcedores por suas dependências apenas o Allianz Parque, do Palmeiras, tem conseguido com regularidade.

Para o consultor de gestão esportiva da BDO, Pedro Daniel, são dois os principais fatores que andam esvaziando os locais mais nobres das novas arenas, como camarotes e cadeiras especiais: a crise econômica vivida pelo País e a violência que insiste em acompanhar as partidas de futebol, sobretudo os clássicos.

"Quando a economia passa por momentos complicados, o gasto com entretenimento diminui", disse Daniel. "No caso dos camarotes, por exemplo, normalmente quem compra são as empresas. Com a economia numa fase desfavorável, esse investimento é deixado de lado".

Em relação ao medo da violência, ele alerta que causa impacto nos torcedores comuns de maior poder aquisitivo, justamente aqueles que quando vão aos estádios optam por ficar nos setores mais nobres. "São os que pagam valores mais altos pelos ingressos. Eles estão avaliando que a contrapartida recebida para ir ao estádio ainda não é a ideal". No Itaquerão, o Corinthians chega a cobrar R$ 450 por bilhete no setor Oeste.

TERCEIRO FATOR - Nos outros Estaduais, os preços têm sido mais camaradas, mas mesmo assim os bilhetes com valor mais alto têm pouca saída - e têm pouca oferta também, por uma questão estratégica. Tanto no Maracanã como no Mineirão os clarões na parte central são "forçados". Pedro Daniel explica: "Faz parte da estratégia dos clubes e dos administradores para atrair público para os outros setores. Por isso, muitas vezes os setores mais caros ficam fechados".

No Mineirão, o ingresso mais caro este ano para jogos do Estadual sai por R$ 130. Mas no clássico entre Cruzeiro e Atlético apenas 79 bilhetes para esse setor foram colocados à venda - e todos foram vendidos. O mesmo ocorreu no Maracanã com os bilhetes de R$ 80 para o clássico entre Botafogo e Fluminense pelo Campeonato Carioca. Foram adquiridos os 369 colocados à venda.

SUCESSO - O consultor considera que o Palmeiras tem conseguido obter mais sucesso na tarefa de preencher todos os setores do estádio - embora em alguns deles o preço dos ingressos também seja salgado.

E, no caso dos camarotes, vê na arena duas vantagens em comparação com o Itaquerão: a localização e o fato de os espaços serem menores - e, portanto, mais acessíveis. "A localização é um complicador para a arena do Corinthians. Como os camarotes são basicamente corporativos, é complicado para uma empresa levar convidados a Itaquera em um jogo às 10 da noite de uma quarta-feira. Isso também inibe (as vendas)", disse Daniel.

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