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FHC diz que cassação de Temer traria "mais confusão" para o país

Para o ex-presidente, o processo que envolve a chapa Dilma-Temer traz riscos para o Brasil, principalmente no setor econômico

Fernando Henrique Cardoso: os ministros decidirão se houve abuso de poder político e econômico na campanha presidencial daquele ano (foto/Divulgação)

Fernando Henrique Cardoso: os ministros decidirão se houve abuso de poder político e econômico na campanha presidencial daquele ano (foto/Divulgação)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 3 de abril de 2017 às 12h21.

Última atualização em 3 de abril de 2017 às 13h50.

O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) disse nesta segunda-feira, 3, que uma eventual cassação do presidente Michel Temer (PMDB) pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e uma consequente eleição indireta traria uma "confusão" ainda maior para o País.

"Já temos tantas dificuldades hoje, o Congresso ainda vai eleger uma pessoa pra ser presidente por um ano? É mais confusão", disse o ex-presidente em entrevista à rádio CBN.

Para FHC, o processo que corre na Corte Eleitoral, cujo julgamento começa nesta terça-feira, 4, traz riscos para o Brasil, principalmente no setor econômico.

"A percepção das pessoas, especialmente dos investidores é: vamos ter outro problema no Brasil? Eles se retraem", disse o ex-presidente. "O Brasil está há muito tempo de pernas para o ar, está começando a assentar um pouco. Levar muito tempo em um julgamento que põe em risco a situação vigente tem consequências negativas."

A ação em análise pelo TSE foi proposta em 2014 pelo PSDB contra a chapa eleita, formada pela petista Dilma Rousseff e por Temer, que derrotou o então candidato do partido, Aécio Neves. Os ministros decidirão se houve abuso de poder político e econômico na campanha presidencial daquele ano.

Na entrevista à rádio, o ex-presidente falou ainda sobre reforma política e defendeu a aprovação de cláusula de barreira para os partidos, além da proibição de coligação nas eleições proporcionais.

"Quem paga a democracia? Os parlamentares estão pedindo que o contribuinte pague, através do fundo partidário. Os países que tem fundo partidário tem quatro, cinco, seis partidos. Aqui tem 30 e poucos. Não há dinheiro que possa dar conta de 30 e poucos partidos."

Questionado sobre 2018, FHC negou que o PSDB já tenha um candidato ao Palácio do Planalto. "Não se sabe ainda o resultado da Lava Jato, quem para em pé, quem não para em pé".

O ex-presidente falou, ainda, sobre o nome do prefeito de São Paulo, João Doria ter ganhado força para a disputa. "Em uma certa altura, eu disse a ele que não acreditava que ele convencesse (os eleitores). Convenceu. Agora é o balão que está subindo. Se subir, subiu. O PSDB tem que ter o pé no chão, quem decide no fundo no fundo quem vai ser o candidato não somos nós, é o eleitorado."

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