Índios ocupam Museu do Índio, no RJ: os índios que habitam o local pedem o tombamento do imóvel. (REUTERS/Pilar Olivares)
Da Redação
Publicado em 21 de fevereiro de 2013 às 12h48.
Rio de Janeiro - A Defensoria Pública da União (DPU) criticou hoje (21) a pretensão do governo do estado do Rio de Janeiro de transformar o antigo Museu do Índio, na zona norte da capital fluminense, em um Museu Olímpico. O local, ao lado do Estádio Jornalista Mário Filho, o Maracanã, é motivo de disputa entre índios e o governo há meses – desde que foi anunciada a intenção das autoridades de demolir o prédio para obras de modernização do complexo esportivo do estádio para a Copa de 2014.
O anúncio de criação de um Museu Olímpico foi feito ontem (20) pelo governador Sérgio Cabral, mas a DPU, que defende os direitos dos índios, disse não ter sido oficialmente informada da decisão.
O defensor público federal Daniel Macedo, titular do 2º Ofício de Direitos Humanos e Tutela Coletiva da DPU/RJ e responsável pelas ações relacionadas ao caso que tramitam na Justiça Federal, questionou o propósito de um Museu Olímpico, já que o Brasil, além de sediar uma Olimpíada pela primeira vez, “não tem um histórico robusto que legitime a criação de um museu de uma hora para outra”. “Se isso não é verdade, por que não criaram antes esse museu?”, pergunta ele na nota divulgada à imprensa.
Os índios que habitam o local pedem o tombamento do imóvel. A defensoria informou que qualquer tentativa de descaracterizar o patrimônio imaterial que se quer proteger será objeto de ação civil pública.
Cabral declarou que o prédio será reformado pela concessionária que vencer a disputa para administrar o Maracanã. O edifício e toda a gestão do novo museu ficaria sob responsabilidade do Comitê Olímpico Brasileiro (COB), segundo o governador.