Doria negocia apoio e verbas com Temer
O repasse de verba federal é fundamental para que o prefeito consiga cumprir com obras importantes, como congelar a tarifa de ônibus
Da Redação
Publicado em 8 de outubro de 2016 às 13h30.
São Paulo - O prefeito eleito João Doria ( PSDB ) vai se reunir na próxima semana com o presidente Michel Temer para consolidar o apoio do PMDB paulistano à sua gestão na capital e negociar a liberação de recursos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) para São Paulo.
O repasse de verba federal é considerado fundamental para que o tucano concilie importantes obras para a cidade com a promessa de congelar a tarifa de ônibus no ano que vem em R$ 3,80. Essa medida custaria ao menos R$ 450 milhões a mais aos cofres do Município, segundo a equipe de Doria.
A falta de repasses do governo federal para a Prefeitura foi uma das principais queixas do prefeito Fernando Haddad (PT) ao longo da gestão e virou justificativa para o não cumprimento de promessas de campanha, como a construção de 20 Centros Educacionais Unificados (CEUs).
Em janeiro deste ano, ainda na gestão Dilma Rousseff, Haddad cobrou do governo federal o reembolso de R$ 400 milhões que, segundo ele, foram investidos pelo Município em obras do PAC. A cobrança não surtiu efeito.
Desde o início da gestão Haddad , em 2013, a Prefeitura recebeu R$ 844,9 milhões em recursos do PAC, cerca de 10% dos R$ 8 bilhões que eram aguardados pela administração do petista.
Em função disso, a administração municipal teve de bancar a obra do Hospital de Parelheiros, na zona sul, uma das três unidades prometidas por Haddad. O hospital faz parte do PAC Mananciais, que previa R$ 3,7 bilhões em construção de moradias, equipamentos públicos e recuperação ambiental só na capital.
A obra avaliada em R$ 240 milhões começou a ser construída em fevereiro de 2015 e até julho deste ano a Prefeitura ainda não havia recebido nenhum valor em contrapartida.
No mês passado, a quantia repassada pelo governo federal chegava a R$ 39,6 milhões. Segundo a Secretaria Municipal de Finanças, o s reembolsos do PAC costumavam demorar 60 dias no início, mas agora levam mais de um ano para serem liberados. Outras obras que começaram sem a garantia de verba federal foram a reforma dos boxes do Autódromo de Interlagos e a Fábrica do Samba.
Aproximação
Dois dias após sua eleição, Doria disse ao Estado que vai cobrar a dívida de Temer e já articulou o encontro em Brasília em uma conversa com o advogado José Yunes, chefe do diretório municipal do PMDB e o principal interlocutor do presidente em São Paulo. O encontro ocorreu no escritório do tucano no Jardim Paulistano, zona sul, que virou uma espécie de quartel general da transição de gestão.
A conversa centrou em duas frentes: municipal e nacional. Na questão local, além da transferência de recursos federais, Doria pediu apoio do PMDB à sua gestão - a sigla disputou a Prefeitura com a candidatura da senadora Marta Suplicy em coligação com o PSD e elegeu dois vereadores (Ricardo Nunes e George Hato).
Embora não tenha sido centro da discussão, não está descartada a abertura de espaço ao PMDB na administração Doria, com oferta de cargos.
Com esse movimento de aproximação de Doria com Temer, aliados do governador Geraldo Alckmin (PSDB), que foi fiador da candidatura Doria, esperam estancar qualquer possibilidade de surgimento de um bloco entre o PMDB e o PSD do ex-prefeito e ministro de Ciência, Tecnologia e Comunicações, Gilberto Kassab, contra as ambições do governador.
Foi Kassab quem articulou para colocar o vereador Andrea Matarazzo, ex-PSDB, como vice na chapa de Marta. À frente do ministério, Kassab ainda é visto por alckmistas como uma ameaça aos planos do governador para sua sucessão ao governo, em 2018, e até mesmo na costura política para uma possível candidatura presidencial.
São Paulo - O prefeito eleito João Doria ( PSDB ) vai se reunir na próxima semana com o presidente Michel Temer para consolidar o apoio do PMDB paulistano à sua gestão na capital e negociar a liberação de recursos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) para São Paulo.
O repasse de verba federal é considerado fundamental para que o tucano concilie importantes obras para a cidade com a promessa de congelar a tarifa de ônibus no ano que vem em R$ 3,80. Essa medida custaria ao menos R$ 450 milhões a mais aos cofres do Município, segundo a equipe de Doria.
A falta de repasses do governo federal para a Prefeitura foi uma das principais queixas do prefeito Fernando Haddad (PT) ao longo da gestão e virou justificativa para o não cumprimento de promessas de campanha, como a construção de 20 Centros Educacionais Unificados (CEUs).
Em janeiro deste ano, ainda na gestão Dilma Rousseff, Haddad cobrou do governo federal o reembolso de R$ 400 milhões que, segundo ele, foram investidos pelo Município em obras do PAC. A cobrança não surtiu efeito.
Desde o início da gestão Haddad , em 2013, a Prefeitura recebeu R$ 844,9 milhões em recursos do PAC, cerca de 10% dos R$ 8 bilhões que eram aguardados pela administração do petista.
Em função disso, a administração municipal teve de bancar a obra do Hospital de Parelheiros, na zona sul, uma das três unidades prometidas por Haddad. O hospital faz parte do PAC Mananciais, que previa R$ 3,7 bilhões em construção de moradias, equipamentos públicos e recuperação ambiental só na capital.
A obra avaliada em R$ 240 milhões começou a ser construída em fevereiro de 2015 e até julho deste ano a Prefeitura ainda não havia recebido nenhum valor em contrapartida.
No mês passado, a quantia repassada pelo governo federal chegava a R$ 39,6 milhões. Segundo a Secretaria Municipal de Finanças, o s reembolsos do PAC costumavam demorar 60 dias no início, mas agora levam mais de um ano para serem liberados. Outras obras que começaram sem a garantia de verba federal foram a reforma dos boxes do Autódromo de Interlagos e a Fábrica do Samba.
Aproximação
Dois dias após sua eleição, Doria disse ao Estado que vai cobrar a dívida de Temer e já articulou o encontro em Brasília em uma conversa com o advogado José Yunes, chefe do diretório municipal do PMDB e o principal interlocutor do presidente em São Paulo. O encontro ocorreu no escritório do tucano no Jardim Paulistano, zona sul, que virou uma espécie de quartel general da transição de gestão.
A conversa centrou em duas frentes: municipal e nacional. Na questão local, além da transferência de recursos federais, Doria pediu apoio do PMDB à sua gestão - a sigla disputou a Prefeitura com a candidatura da senadora Marta Suplicy em coligação com o PSD e elegeu dois vereadores (Ricardo Nunes e George Hato).
Embora não tenha sido centro da discussão, não está descartada a abertura de espaço ao PMDB na administração Doria, com oferta de cargos.
Com esse movimento de aproximação de Doria com Temer, aliados do governador Geraldo Alckmin (PSDB), que foi fiador da candidatura Doria, esperam estancar qualquer possibilidade de surgimento de um bloco entre o PMDB e o PSD do ex-prefeito e ministro de Ciência, Tecnologia e Comunicações, Gilberto Kassab, contra as ambições do governador.
Foi Kassab quem articulou para colocar o vereador Andrea Matarazzo, ex-PSDB, como vice na chapa de Marta. À frente do ministério, Kassab ainda é visto por alckmistas como uma ameaça aos planos do governador para sua sucessão ao governo, em 2018, e até mesmo na costura política para uma possível candidatura presidencial.