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Doria deve terceirizar plano de metas de SP para a McKinsey

Prefeito eleito anunciou que definição de ações do Plano de Metas será passada a uma empresa da iniciativa privada

Doria: prefeito eleito quer contratar a McKinsey & Company para definir o plano de ações para a cidade (Facebook/João Doria/Reprodução)

Doria: prefeito eleito quer contratar a McKinsey & Company para definir o plano de ações para a cidade (Facebook/João Doria/Reprodução)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 7 de dezembro de 2016 às 08h49.

São Paulo - O terceiro Plano de Metas de São Paulo deverá ser elaborado por uma consultoria terceirizada. O prefeito eleito João Doria (PSDB) quer repassar a função de definir as ações que seu governo pretende implementar ao longo dos próximos quatro anos à iniciativa privada.

A ideia, por enquanto, é convocar a firma global McKinsey & Company para o trabalho, que deve ser apresentado até 31 de março.

Incluída como emenda à Lei Orgânica do Município, a obrigatoriedade de se apresentar tal plano já foi cumprida pelos prefeitos Gilberto Kassab (PSD) e Fernando Haddad (PT).

As metas, por lei, devem ser definidas em parceria com a sociedade. Isso inclui a realização de audiências públicas temáticas e regionais, além da criação de um mecanismo transparente e aberto de acompanhamento, como um portal online.

Se optar mesmo por terceirizar o cumprimento da lei à McKinsey ou qualquer outra consultoria de gestão (há conversas em andamento também com a Falconi), Doria terá de abrir dados internos da Prefeitura à empresa escolhida.

Isso porque o Plano de Metas deve estar alinhado ao orçamento municipal, com previsão de recursos para cada meta.

Por enquanto, o assunto tem sido tratado ao longo do processo de transição com cautela, mas também com preocupação. Vitoriosos no primeiro turno, Doria e sua equipe ainda não estão totalmente familiarizados com o tema e as exigências da participação popular.

O desconhecimento do processo e o prazo apertado - a lei determina que a primeira versão saia em até 90 dias -, favorecem a ideia da terceirização.

Mês passado, durante evento com a imprensa, Doria chegou a afirmar que estava estudando a melhor forma de apresentar suas metas. Segundo o tucano, não faz sentido firmar compromisso que não será cumprido.

Aliados do prefeito eleito afirmam que isso significa que a lista de metas da futura gestão deverá ser "enxuta", até para evitar o constrangimento de chegar ao fim do governo com um baixo índice de sucesso. Haddad, por exemplo, cumpriu 49,6% de suas metas até agora.

Repercussão.

A McKinsey não comentou o possível acordo com a futura gestão. Seu trabalho seria gratuito. Para o cientista político Marco Antonio Teixeira, a decisão de terceirizar o Plano de Metas é, no mínimo, inusitada. "De cara, a impressão que dá é que a Prefeitura vai abrir mão de construir um plano com a sociedade e optar por um modelo técnico, fechado."

Idealizadora do formato, a Rede Nossa São Paulo informou que a lei não veda a possibilidade de se contratar uma consultoria. João Doria é esperado hoje em evento da Rede justamente para discutir o conteúdo do Plano de Metas - e receber sugestões de 70 entidades.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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