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Dono do Filé Carioca culpa empresa de gás por explosão em restaurante

Delegado vai intimar representantes da SHV, firma contratada para instalar cilindros. Carlos Rogério Amaral chorou ao chegar para prestar depoimento

EXAME.com (EXAME.com)
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Da Redação

Publicado em 17 de outubro de 2011 às 21h11.

Rio - Dono do restaurante Filé Carioca, que explodiu na manhã de quinta-feira deixando três mortos e 17 feridos no centro do Rio , o empresário Carlos Rogério Amaral prestou depoimento na tarde desta segunda-feira na 5ª DP (Gomes Freire). Amaral responsabilizou pelo acidente a empresa SHV, contratada para instalação e manutenção dos cilindros de gás. No domingo, foram apreendidos pela polícia seis cilindros de 45 quilos de capacidade, nos escombros do prédio atingido pela detonação.

De acordo com o delegado Antônio Bonfim, delegado adjunto da 5ª DP, Amaral trouxe documentos para comprovar que no dia 11, por volta das 16h, a SHV substituiu três cilindros do Filé Carioca. Mesmo que fique provada falha da empresa, dificilmente Amaral conseguirá escapar totalmente de ser responsabilizado pela tragédia. O estabelecimento não tinha autorização do Corpo de Bombeiros para utilizar gás. Segundo Bonfim, no domingo foram apreendidos cilindros em um cômodo que não tinha ventilação – como mandam os procedimentos de segurança.

“Rogério sugeriu o local onde ficariam os cilindros. A firma aceitou a sugestão e colocou os cilindros no subsolo. Não era um local ventilado. O gás ficava estocado em um quartinho localizado no subsolo, que tinha 45 metros quadrado”, explicou Bonfim.

A SHV teria sido contratada em 2008 para instalação e reposição dos cilindros de gás do restaurante. No ano passado, em agosto, os bombeiros emitiram laudo negando ao edifício Riqueza – onde funcionava o Filé Carioca – autorização para receber gás encanado ou operar com botijões e cilindros, até que fossem feitas adaptações. Em depoimento, Amaral afirmou nunca ter recebido a visita de qualquer fiscal em seu restaurante.


O dono do Filé Carioca disse ao delegado que tinha um contador responsável por fazer as prorrogações periódicas do alvará. E explicou que nunca exigiram dele um alvará definitivo para as atividades do restaurante. “Rogério acredita que não contribuiu em nada (para a tragédia) e disse que o restaurante era tudo o que tinha na vida”, afirmou Bonfim. Amaral alegou que fazia cafés comunitários em seu restaurante e não tinha noção do perigo. “Ele (Rogério) disse que jamais imaginaria que seria proibido ter gás”, relatou o delegado.

Segundo o delegado, em seu depoimento Amaral contou que no dia do acidente foi sua mulher, Priscila, quem recebeu o aviso sobre o vazamento. O cozinheiro Antônio, um dos mortos na explosão, telefonou alertando sobre o problema, nas primeiras horas da manhã. Ela, então, orientou Antônio a não deixar que outros funcionários entrassem no estabelecimento. A suspeita é de que o acendimento de uma lâmpada ou até mesmo um cigarro tenham causado a detonação do gás acumulado. Amaral relatou que alguns funcionários costumavam fumar perto dos cilindros de gás.

Nesta terça-feira, o delegado pretende enviar ofício para ouvir representantes da SHV. Às 18h, Bonfim deve ainda tomar o depoimento de engenheiros que atuaram no primeiro momento após a explosão, para permitir a entrada de equipes da Defesa Civil. Carlos Rogério Amaral chegou á delegacia pouco depois das 15h, muito abalado e chorando. Segundo um advogado, ele precisou de tratamento médico depois do acidente. Ele deixou a delegacia por volta das 19h, escoltado pela Polícia Civil.

O irmão de Rogério, Fábio Amaral, também seria ouvido nesta segunda-feira pela polícia. Fábio, que era caixa do restaurante, estava dentro do estabelecimento no momento da explosão. Ele, no entanto, não compareceu por problemas de saúde. O delegado cogita enviar um perito à casa de Fábio para verificar as condições que ele tem para prestar depoimento. As declarações do caixa do restaurante podem elucidar o caso. Rogério adiantou que, quando Fábio chegou ao estabelecimento, Antônio já estava no local. O cozinheiro já havia ligado as luzes e o exaustor. Fábio acenderia as outras luzes. A partir daí, Rogério disse não ter mais informações.

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De acordo com o delegado Antônio Bonfim, delegado adjunto da 5ª DP, Amaral trouxe documentos para comprovar que no dia 11, por volta das 16h, a SHV substituiu três cilindros do Filé Carioca. Mesmo que fique provada falha da empresa, dificilmente Amaral conseguirá escapar totalmente de ser responsabilizado pela tragédia. O estabelecimento não tinha autorização do Corpo de Bombeiros para utilizar gás. Segundo Bonfim, no domingo foram apreendidos cilindros em um cômodo que não tinha ventilação – como mandam os procedimentos de segurança.

“Rogério sugeriu o local onde ficariam os cilindros. A firma aceitou a sugestão e colocou os cilindros no subsolo. Não era um local ventilado. O gás ficava estocado em um quartinho localizado no subsolo, que tinha 45 metros quadrado”, explicou Bonfim.

A SHV teria sido contratada em 2008 para instalação e reposição dos cilindros de gás do restaurante. No ano passado, em agosto, os bombeiros emitiram laudo negando ao edifício Riqueza – onde funcionava o Filé Carioca – autorização para receber gás encanado ou operar com botijões e cilindros, até que fossem feitas adaptações. Em depoimento, Amaral afirmou nunca ter recebido a visita de qualquer fiscal em seu restaurante.


O dono do Filé Carioca disse ao delegado que tinha um contador responsável por fazer as prorrogações periódicas do alvará. E explicou que nunca exigiram dele um alvará definitivo para as atividades do restaurante. “Rogério acredita que não contribuiu em nada (para a tragédia) e disse que o restaurante era tudo o que tinha na vida”, afirmou Bonfim. Amaral alegou que fazia cafés comunitários em seu restaurante e não tinha noção do perigo. “Ele (Rogério) disse que jamais imaginaria que seria proibido ter gás”, relatou o delegado.

Segundo o delegado, em seu depoimento Amaral contou que no dia do acidente foi sua mulher, Priscila, quem recebeu o aviso sobre o vazamento. O cozinheiro Antônio, um dos mortos na explosão, telefonou alertando sobre o problema, nas primeiras horas da manhã. Ela, então, orientou Antônio a não deixar que outros funcionários entrassem no estabelecimento. A suspeita é de que o acendimento de uma lâmpada ou até mesmo um cigarro tenham causado a detonação do gás acumulado. Amaral relatou que alguns funcionários costumavam fumar perto dos cilindros de gás.

Nesta terça-feira, o delegado pretende enviar ofício para ouvir representantes da SHV. Às 18h, Bonfim deve ainda tomar o depoimento de engenheiros que atuaram no primeiro momento após a explosão, para permitir a entrada de equipes da Defesa Civil. Carlos Rogério Amaral chegou á delegacia pouco depois das 15h, muito abalado e chorando. Segundo um advogado, ele precisou de tratamento médico depois do acidente. Ele deixou a delegacia por volta das 19h, escoltado pela Polícia Civil.

O irmão de Rogério, Fábio Amaral, também seria ouvido nesta segunda-feira pela polícia. Fábio, que era caixa do restaurante, estava dentro do estabelecimento no momento da explosão. Ele, no entanto, não compareceu por problemas de saúde. O delegado cogita enviar um perito à casa de Fábio para verificar as condições que ele tem para prestar depoimento. As declarações do caixa do restaurante podem elucidar o caso. Rogério adiantou que, quando Fábio chegou ao estabelecimento, Antônio já estava no local. O cozinheiro já havia ligado as luzes e o exaustor. Fábio acenderia as outras luzes. A partir daí, Rogério disse não ter mais informações.

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