Mico-leão dourado: ainda não há indícios de que bichos estivessem contaminados por febre amarela (Mario Leite/VEJA)
Estadão Conteúdo
Publicado em 22 de março de 2017 às 09h20.
Rio - Dois micos-leões-dourados foram encontrados mortos em Silva Jardim, na Baixada Litorânea, na manhã de terça-feira, 21.
Os animais, que estavam próximos à BR-101, foram recolhidos e levados para o Instituto Municipal de Medicina Veterinária Jorge Vaitsman, no Rio.
"Estamos bastante cautelosos com essa informação. Ainda não temos indícios de que os micos estivessem contaminados com a febre amarela. A única informação que temos é que eles não tinham marcas de atropelamento. Vamos esperar o resultado dos exames", afirmou Luís Paulo Ferraz, secretário executivo da Associação mico-leão-dourado.
No Instituto Jorge Vaistman, será feita a autópsia dos micos e testes iniciais contra raiva. De lá, eles são encaminhados para a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), onde são realizados os exames para identificar a febre amarela.
A preocupação é maior com os micos-leões-dourados porque eles são espécie em risco de extinção. Nos anos 1980, havia apenas 200 livres na natureza.
Hoje, são cerca de 3.200, espalhados em oito municípios, graças a um bem-sucedido programa de reintrodução das espécies.
Vacinação de micos
Uma das discussões que envolve pesquisadores da Fiocruz e do Ministério da Saúde é a possibilidade de vacinar contra febre amarela os micos-leões-dourados e os animais em cativeiro, como os do Centro de Primatologia do Rio de Janeiro, em Guapimirim.
No entanto, a dosagem para humanos não serve para os micos. A vacina teria de ser diluída. São necessários testes para identificar qual a dosagem segura para os micos-leões-dourados e que ainda se mostre eficaz contra febre amarela, após a dose ter sido diluída.
Esses estudos levariam alguns meses para ficar prontos. A expectativa dos pesquisadores é que a temperatura mais amena, a partir de abril, diminua a circulação de mosquitos.
Clarissa Thomé