Brasil

Dodge vê democracia desafiada por "posições totalitárias"

Em evento, a nova PGR disse que o Ministério Público deve trabalhar para mudar essa realidade e aumentar a confiança nas instituições de Justiça

Dodge: para ela, os jovens são os "mais atingidos" pela violência (Marcelo Camargo/Agência Brasil)

Dodge: para ela, os jovens são os "mais atingidos" pela violência (Marcelo Camargo/Agência Brasil)

R

Reuters

Publicado em 25 de setembro de 2017 às 17h09.

Última atualização em 25 de setembro de 2017 às 17h12.

Brasília - A nova procuradora-geral da República, Raquel Dodge, afirmou nesta segunda-feira que em todo o mundo e também no Brasil a democracia está sendo desafiada pelo crescimento de apoiadores de "posições totalitárias".

"O fortalecimento do Ministério Público deve contribuir para aumentar a confiança na democracia e instituições de Justiça, repudiando quaisquer cogitações de retrocesso", disse ela, sob aplausos da plateia, em solenidade de posse de dez novos integrantes do Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP).

A nova procuradora-geral, que também preside o CNMP, citou ainda o fato de o Brasil ser marcado por grande desigualdade social e a violência tanto urbana quanto rural atingiram níveis "inaceitáveis", sendo que os jovens são os "mais atingidos" por essa situação.

Citou o fato de a liberdade de expressão ter sido marcada no país pelo assassinato de profissionais de imprensa. Criticou os serviços públicos precários, sobretudo nas escolas e nos hospitais, e a devastação do meio ambiente, lembrando do desastre de Mariana (MG).

A procuradora-geral destacou que todas essas são áreas de atuação do CNMP, que, desde a sua criação, já renovou a sua composição por sete vezes.

Para ela, há muito trabalho para o Ministério Público, mas destacou que está certa de que "os problemas serão encarados com seriedade, com fundamento e que cada membro está pronto e motivado para exercer todas as funções institucionais".

"Neste momento em que renovamos a composição do CNMP, renovamos nossa esperança em dias melhores para o Brasil", disse, ao repudiar a corrupção.

No início do pronunciamento, ela afirmou que a principal função do colegiado é zelar pela autonomia administrativa dos MPs da União e dos Estados e frisou que os recursos para essa tarefa não precisam ser abundantes, mas também não podem ser insuficientes.

Dodge defendeu que o CNMP atue com independência, destemor e responsabilidade, sempre, entretanto, observando o devido processo legal.

Apoio do Executivo e Legislativo

Ela ainda afirmou que confia que o Ministério Público continuará a receber do Executivo e dos Legislativos federal e estaduais o apoio indispensável para desenvolver as suas atividades.

"No Ministério Público, temos o dever de cobrar dos que gerenciam o gasto público de modo honesto, eficiente e probo ao ponto de restabelecer a confiança do povo nas instituições republicanas", disse Dodge.

A nova chefe do Ministério Público Federal (MPF) também destacou, no discurso, que Poder Judiciário tem distinguido o Ministério Público com sua atuação respeitosa e republicana.

Para Dodge, não tem havido falta de meios orçamentários nem de instrumentos jurídicos para que a instituição desenvolva a sua função.

 

Acompanhe tudo sobre:Governo TemerMinistério PúblicoRaquel Dodge

Mais de Brasil

Justiça determina prisão de 98 anos a Renato Duque, ex-diretor da Petrobras

Prouni 2024: inscrições para vagas do 2º semestre começam na próxima terça, 23

Letalidade policia cresce 188% em 10 anos; negros são as principais vítimas, aponta Anuário

⁠Violência doméstica contra a mulher cresce 9,8% no Brasil, aponta Anuário de Segurança Pública

Mais na Exame