USP: após corte de ponto e entrada da Polícia Militar no campus, funcionários protestaram ontem (Wikimedia Commons)
Da Redação
Publicado em 5 de agosto de 2014 às 10h54.
São Paulo - A condução da crise da Universidade de São Paulo (USP) pela atual reitoria foi alvo de críticas do diretor da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH), Sérgio Adorno, e da superintendente de Segurança da instituição, Ana Lúcia Schritzmeyer, em carta aberta divulgada nos últimos dias.
Os docentes cobram um plano de recuperação financeira detalhado e transparência nos gastos.
Os chefes de departamento da FFLCH também assinam o texto. Segundo eles, a reitoria não deve apresentar "só problemas - que todos reconhecem existir -, mas também soluções factíveis a curto e médio prazo". Sem isso, o mal-estar na USP "só tende a se agravar".
Procurado, o reitor Marco Antonio Zago não foi encontrado na noite desta segunda-feira, 4, para comentar a carta. Desde que assumiu a gestão, ele tem enviado informes orçamentários e mensagens à comunidade acadêmica para explicar sobre a crise da USP, que gasta 105% das suas receitas com salários.
Na carta, os docentes ainda reclamam que Zago "congelou indiscriminadamente os salários" e apresentou somente dados globais sobre a folha de pagamento, sem dar um horizonte para resolver o impasse. Docentes e funcionários já estão em greve há 71 dias.
Pressão
Após o corte de ponto de grevistas e a entrada da Polícia Militar no campus para impedir piquetes, funcionários da USP fizeram ontem protesto na frente do prédio da reitoria. No primeiro dia do segundo semestre letivo, parte das aulas também foi suspensa.
Após o ato, que reuniu 200 pessoas, o grupo decidiu acampar no local por nova negociação. Grevistas de ao menos cinco unidades confirmaram corte de ponto pelos dias parados, o que acirrou ânimos. Alguns tiveram todo o salário descontado.
No Centro de Práticas Esportivas, o grupo remontou as barracas, desfeitas anteontem pela PM para cumprir reintegração de posse. O restaurante universitário não abriu. Em algumas unidades, como a FFLCH, praticamente não houve aulas. Em outras, como a Escola Politécnica, a rotina foi normal.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.