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Milagre econômico? Lado social regrediu no regime, diz FHC

O chamado milagre econômico, na década de 70, não foi acompanhado de melhorias na saúde e educação, segundo FHC. “Povo pagou preço alto”, diz

Fernando Henrique: “O grande crescimento da década de 70 deu um salto a um custo social muito elevado" (Germano Lüders/EXAME)
DR

Da Redação

Publicado em 25 de março de 2014 às 23h43.

São Paulo – Perto dos 50 anos do golpe militar, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso reforçou a visão de que o milagre econômico vivenciado no período do regime foi um retrocesso em termos de políticas sociais.

“Naquela época tudo foi para trás em São Paulo . O grande crescimento da década de 70 deu um salto a um custo social muito elevado”, afirmou FHC na noite dessa terça-feira.

O período a que ele se refere foi o chamado milagre econômico, concentrado entre os anos de 69 e 73, quando o país, comandado por militares, chegou a crescer mais de 10% ao ano, índice chinês bem mais elevado, por exemplo, que os 2,3% de 2013.

“Independentemente do custo político e da repressão, o povo pagou um preço alto: a saúde não melhorava, a educação não melhorava (na época)”, disse o tucano.

FHC participou nesta terça-feira de evento organizado pelo Cebrap, órgão criado no auge da repressão, em 69, por professores universitários ligados a USP , muitos afastados compulsoriamente da universidade, incluindo ele próprio.

Segundo o ex-mandatário, estudos feitos então pelo centro mostram o retrocesso em termos de políticas sociais em São Paulo. Historiadores já há muito tempo apontam que a desigualdade social cresceu no Brasil no regime militar.

Para FHC, mesmo o crescimento "consistente" acima de 7% na década precisa ser relativizado.

“Muito do que acontece na economia não são os governos que fazem, mas sim o contexto global. E mais adiante (da década de 70) houve a inflação e a crise do petróleo, o que levou a dívida externa ao infinito”, afirmou o ex-presidente.

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O período a que ele se refere foi o chamado milagre econômico, concentrado entre os anos de 69 e 73, quando o país, comandado por militares, chegou a crescer mais de 10% ao ano, índice chinês bem mais elevado, por exemplo, que os 2,3% de 2013.

“Independentemente do custo político e da repressão, o povo pagou um preço alto: a saúde não melhorava, a educação não melhorava (na época)”, disse o tucano.

FHC participou nesta terça-feira de evento organizado pelo Cebrap, órgão criado no auge da repressão, em 69, por professores universitários ligados a USP , muitos afastados compulsoriamente da universidade, incluindo ele próprio.

Segundo o ex-mandatário, estudos feitos então pelo centro mostram o retrocesso em termos de políticas sociais em São Paulo. Historiadores já há muito tempo apontam que a desigualdade social cresceu no Brasil no regime militar.

Para FHC, mesmo o crescimento "consistente" acima de 7% na década precisa ser relativizado.

“Muito do que acontece na economia não são os governos que fazem, mas sim o contexto global. E mais adiante (da década de 70) houve a inflação e a crise do petróleo, o que levou a dívida externa ao infinito”, afirmou o ex-presidente.

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