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Diretores de estatais recebem até R$ 2,9 milhões por ano, mostra relatório

O valor é 213 vezes o total acumulado em um ano por quem ganha um salário mínimo mensal, hoje 1.045 reais, contando com décimo terceiro salário

Petrobras (PETR3) (Ueslei Marcelino/Reuters)

Petrobras (PETR3) (Ueslei Marcelino/Reuters)

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Alessandra Azevedo

Publicado em 20 de novembro de 2020 às 20h41.

Diretores de empresas estatais, no Brasil, recebem até 2,9 milhões de reais por ano, o equivalente a 241 mil reais por mês, mostra levantamento divulgado nesta sexta-feira, 20, pelo Ministério da Economia. O valor é 213 vezes o total acumulado em um ano por quem ganha um salário mínimo mensal, hoje 1.045 reais, contando com décimo terceiro salário.

Com o dinheiro recebido ao longo de 2019 por um administrador ou conselheiro fiscal da Petrobras, empresa que tem as remunerações mais altas entre as 46 estatais de controle direto da União, seria possível sustentar um trabalhador que recebe um salário mínimo por mais de 16 anos. Os dados são relativos ao ano passado e estão no Relatório Agregado das Empresas Estatais Federais, elaborado pela secretaria de Desestatização, responsável pelas privatizações do governo. 

Os empregados concursados ganham em média 18,9 mil reais por mês na Petrobras. A maior média salarial entre as empresas públicas, no entanto, é de 31,3 mil reais por mês, na Empresa Brasileira de Administração de Petróleo e Gás Natural - Pré-Sal Petróleo S.A. (PPSA). A empresa, que faz a gestão dos contratos de partilha de leilões do pré-sal, já foi citada como passível de privatização pelo ministro da Economia, Paulo Guedes.

O Banco Nacional do Desenvolvimento Social e Econômico (BNDES) não fica muito atrás, com pagamentos de 29,3 mil reais, em média, aos funcionários. Mas, no banco de fomento, a remuneração mais alta é de 242,5 mil ao ano à diretoria executiva. Na Eletrobras, uma das primeiras na lista de privatizações do governo, os diretores ganham em média 1 milhão de reais por ano, enquanto os funcionários recebem 11,2 mil reais por mês.

O relatório serve de base para o governo tentar destravar a pauta de privatizações, uma das alegadas prioridades do ministro Paulo Guedes. Até hoje, nenhuma saiu do papel, apesar das promessas. A lentidão do processo levou o ex-secretário de Desestatização, Salim Mattar, a sair do governo, em agosto. No lugar, entrou Diogo Mac Cord. Em 2021, Guedes tem com meta privatizar, além da Eletrobras e do PPSA, os Correios e o Porto de Santos.

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