Dino afirma que Brasil vive 'pandemia de incêndios' e que 'não podemos normalizar o absurdo'
Ministro do STF afirmou que é preciso ação conjunta dos Três Poderes contra queimadas
Agência de notícias
Publicado em 10 de setembro de 2024 às 11h24.
Última atualização em 10 de setembro de 2024 às 11h42.
O ministro Flávio Dino, do Supremo Tribunal Federal (STF), afirmou nesta terça-feira, 10, que o Brasil vive uma "autêntica pandemia de incêndios florestais" e quepara lidar com ela é necessária uma mobilização semelhante a que feita contra a Covid-19. Dino também citou o dado de qu e 60% do território brasileiro foi afetado por fumaças de queimadas e declarou que "não podemos normalizar o absurdo".
As declarações ocorreram na abertura de uma audiência de conciliação para discutir medidas de enfrentamento a queimadas na Amazônia e no Pantanal.
"Nós não podemos normalizar o absurdo. Essa premissa é fundamental porque nós temos que manter o estranhamento com o fato de, nesse instante, 60% do território nacional, direta ou indiretamente, está sentindo os efeitos dos incêndios florestais, das queimadas. Isto é um absurdo e isto é inaceitável", disse Dino.
O ministro do STF também comparou a situação com as enchentes ocorridas no primeiro semestre no Rio Grande do Sul.
"Nós temos que reconhecer que nós estamos vivenciando agora uma autêntica pandemia de incêndios florestais. E, assim como os Três Poderes se mobilizaram quando do enfrentamento da pandemia do coronavírus, ou quando da tragédia ambiental no Rio Grande do Sul, idêntica mobilização deve ser feita, está sendo feita em larga medida, mas deve ser reforçada, ampliada para que essa pandemia seja enfrentada".
"Nós temos mudanças climáticas e fatores que transcendem as fronteiras nacionais que estão nos desfavorecendo fortemente neste momento. Isso é indiscutível. Porém, é igualmente indiscutível que não estariam ocorrendo estes incêndios florestais se não houvesse a ação humana".
O ministro do STF é o relator de um conjunto de ações que tratam sobre medidas de combate a incêndios na Amazônia e no Pantanal. Em março, a Corte determinou que o governo federal deveria apresentar um plano para atuação nos dois biomas. A audiência desta terça-feira serve para verificar o cumprimento desse julgamento.
Participam os ministros do governo federal Jorge Messias (Advocacia-Geral da União) e Paulo Teixeira (Desenvolvimento Agrário), além de representantes de outras pastas, como do Meio Ambiente e dos Povos Indígenas.