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Dimas Covas: Vacinação pode ser afetada a partir de junho por falta de IFA

Dimas Covas afirmou que não há uma data para a chegada de mais IFA para o Butantan, que já envasou todo insumo que tinha em estoque

Dimas Covas: "Não temos definição da liberação do insumo na China" (Amanda Perobelli/Reuters)
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Reuters

Publicado em 10 de maio de 2021 às 09h43.

Última atualização em 10 de maio de 2021 às 14h13.

O cronograma nacional de vacinação contra a Covid-19 no Brasil pode ser afetado pelos atrasos na chegada de insumo farmacêutico ativo (IFA) importado da China a partir de junho, disse nesta segunda-feira o presidente do Instituto Butantan, Dimas Covas.

Em entrevista na sede do instituto para marcar a entrega de um lote de 2 milhões de doses da CoronaVac, vacina contra Covid-19 do laboratório chinês Sinovac, ao Programa Nacional de Imunização (PNI) do Ministério da Saúde, Covas disse ainda que não há uma data para a chegada de mais IFA para o Butantan, que já envasou todo insumo que tinha em estoque.

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"Preocupa muito o cronograma de vacinação, não neste momento, mas a partir de junho poderá sofrer algum impacto", afirmou o presidente do Butantan, lembrando que o IFA da vacina da AstraZeneca, que está sendo envasada pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), também é importado da China.

"Não temos definição da liberação do insumo na China. Existe a definição de 4 mil litros, sim, e esperamos que até na quarta-feira, dia 13, possamos ter uma notícia positiva", acrescentou Covas, que espera a chegada do lote para, no máximo, o dia 18.

O presidente do Butantan voltou a afirmar que o atraso se deve à demora na autorização de exportação do IFA por parte do governo da China e não à produção da Sinovac. Informações do governo do Estado de São Paulo, ao qual o Butantan é vinculado, dão conta de que o laboratório chinês tem 10 mil litros de IFA prontos, aguardando liberação para embarque ao Brasil.

Também presente na coletiva, o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), voltou a responsabilizar declarações contrárias à China feitas pelo presidente Jair Bolsonaro e por outras autoridades do governo federal, como o ministro da Economia, Paulo Guedes, pelo atraso na liberação dos insumos pelo governo chinês.

"É muito claro que há uma limitação determinada pelo governo da China dadas as circunstâncias das manifestações absolutamente inapropriadas, inadequadas e inoportunas do governo brasileiro através das suas autoridades", disse o governador que, ao mesmo tempo, afirmou que o ministro das Relações Exteriores, Carlos França, tem feito esforços diplomáticos junto ao governo chinês para agilizar a liberação de exportação.

Com a entrega desta segunda, o Butantan ultrapassou a marca de 45 milhões de doses da CoronaVac entregues ao PNI. Na quarta-feira o instituto prevê entregar mais 1 milhão de doses, concluindo assim os 46 milhões de doses previstas na primeira parte do contrato com o Ministério da Saúde, que deveria ter sido finalizada ao final de abril.

Na sexta, o Butantan espera entregar mais 1,1 milhão de doses da vacina, iniciando assim o segundo contrato com o ministério, que prevê a entrega de 54 milhões de doses até o final de setembro.

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