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Dilma: solução para países árabes passa por eles próprios

Presidente defendeu o diálogo como melhor caminho para resolver os conflitos

Presidente Dilma Rousseff no Palácio do Planalto, em Brasília (Ueslei Marcelino/Reuters)

Presidente Dilma Rousseff no Palácio do Planalto, em Brasília (Ueslei Marcelino/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 2 de outubro de 2012 às 13h45.

Brasília - A presidente Dilma Rousseff afirmou nesta terça-feira que a solução para problemas de países árabes só pode ser encontrada por eles e defendeu o diálogo como melhor caminho para resolver os conflitos.

Dilma disse que o Brasil apoia os esforços da Organização das Nações Unidas (ONU) e da Liga Árabe para chegar a uma solução no conflito da Síria, que já deixou 30 mil mortos em 18 meses, segundo ativistas da oposição, e que a "única solução possível" é a negociação.

"Estamos conscientes que a maior responsabilidade do ciclo de violência recai sobre o governo de Damasco", disse Dilma, durante a abertura da Cúpula América do Sul - Países Árabes (Aspa), em Lima.

"(O Brasil) espera que todos os envolvidos aceitem o caminho do diálogo, que é sem sombra de dúvida o caminho da paz na região", disse Dilma.

A presidente disse ainda que o Brasil está interessado na reconstrução e o desenvolvimento econômico e social de Iraque e Líbia, países da região que se recuperam de confrontos armados.

"O caminho desses países passa por eles", disse a presidente.

Dilma voltou a demonstrar "condenação veemente de todas as manifestações de islamofobia", ao se referir a uma onda de manifestações contra missões diplomáticas norte-americanas em países muçulmanos, causada por um filme produzido nos Estados Unidos que satiriza o profeta Maomé.

Na mais grave delas, o embaixador norte-americano na Líbia foi morto no consulado do país na cidade de Benghazi.

"Com a mesma veemência, afirmamos também nosso repúdio aos atos recentes de violência e terrorismo praticados contra os EUA, Alemanha e outros países", disse

Dilma já havia se manifestado sobre estes episódios na abertura da Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU) na semana passada, quando também reiterou a defesa das reformas das instituições multilaterais de governança global, em especial do Conselho de Segurança das entidade.


"Consequências à humanidade"

Assim como fez na ONU, Dilma demonstrou "preocupação com a crescente retórica" a favor de uma "ação militar unilateral" contra instalações nucleares no Irã, opção deixada em aberto por Israel para evitar que Teerã obtenha armas nucleares.

"Qualquer iniciativa nesse sentido constituirá violação da carta da ONU, desestabilizará ainda mais o Oriente Médio e atingirá sua população, com gravíssimas consequências para a humanidade", disse Dilma.

Israel tem sinalizado que pode atacar as instalações iranianas de enriquecimento de urânio se estiverem em condições de processar material para utilização em armas.

O Irã nega ter a intenção de desenvolver armas nucleares e diz estar enriquecendo urânio para uso em isótopos médicos. Potências ocidentais e Israel temem que a partir desse nível de enriquecimento seja relativamente fácil alcançar o grau necessário para o uso em armas.

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