Dilma reitera busca de democracia na América Latina
Dilma disse que a integração de uma região depende necessariamente do respeito à democracia
Da Redação
Publicado em 25 de setembro de 2012 às 13h34.
Brasília – Sem mencionar diretamente o Paraguai, que foi suspenso do Mercosul e da União de Nações Sul-Americanas (Unasul), a presidente Dilma Rousseff disse hoje (25), no seu discurso, em Nova York, na abertura da 67ª Assembleia Geral das Nações Unidas, que o Brasil se empenha em favor da democracia e da paz na região. Dilma disse que a integração de uma região depende necessariamente do respeito à democracia.
“O Brasil continua empenhado em trabalhar com seus vizinhos em respeito à democracia e pela paz e prosperidade”, disse a presidente. “Nossa região é um bom exemplo para o mundo pela superação dos regimes autoritários”, acrescentou. “Para nós, a democracia não é um patrimônio imune a assaltos. Temos sido firmes, na Unasul e no Mercosul, [em favor da] integração e democracia.”
O Paraguai foi suspenso do Mercosul e da Unasul, no final de junho. Os líderes políticos da região entenderam que houve o rompimento da ordem democrática de direito no país pela forma como o então presidente paraguaio Fernando Lugo foi destituído do poder, em 22 de junho. Para os líderes, Lugo não teve tempo para se defender durante o impeachment.
Ao mencionar a América Latina, Dilma defendeu o fim do embargo econômico a Cuba, imposto pelos Estados Unidos há cerca de meio século. Com o bloqueio econômico, os cubanos são impedidos de negociar, comercializar e manter uma série de acordos com vários países e empresas. Internamente, a população é submetida a limitações econômicas e financeiras.
A presidente chamou de “anacronismo” a manutenção do embargo econômico e apelou para que os países se unam em favor da cooperação aos cubanos. “O embargo é condenado pela maioria [dos integrantes da] ONU”, destacou.
Dilma encerrou o discurso, de 23 minutos, ressaltando que o Brasil promoverá dois grandes eventos esportivos nos próximo anos: a Copa do Mundo de 2014 e as Olimpíadas de 2016. Para ela, é fundamental que os valores que sustentam a prática dos esportes, como a inclusão, a amizade e a compreensão, predominem no mundo.
“[Peço para que todos] se deixem iluminar pelos ideais da chama olímpica. A multipolaridade.Vamos trabalhar pela cooperação para que predomine sobre o confronto, o diálogo sobre a ameaça, a solução negociada sobre o uso da intervenção com força”, disse a presidente.