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Dilma queria Mantega na arrecadação de caixa 2, diz Santana

Em delação premiada, João Santana afirmou que a ex-presidente "não tinha uma relação de confiança" com o ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto

Guido Mantega: os vídeos da delação do marqueteiro e de sua mulher Mônica Moura tiveram seus sigilos derrubados na sexta-feira, dia 12 (Ueslei Marcelino/Reuters)

Guido Mantega: os vídeos da delação do marqueteiro e de sua mulher Mônica Moura tiveram seus sigilos derrubados na sexta-feira, dia 12 (Ueslei Marcelino/Reuters)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 15 de maio de 2017 às 13h30.

São Paulo - O publicitário João Santana, marqueteiro das campanhas presidenciais de Dilma Rousseff (2010/2014), afirmou em delação premiada à Procuradoria-Geral da República que a ex-presidente "não tinha uma relação de confiança" com João Vaccari Neto, ex-tesoureiro do PT preso na Lava Jato.

Segundo João Santana, a petista pediu ao seu ministro da Fazenda na ocasião, Guido Mantega, que assumisse o lugar de Vaccari na arrecadação de caixa 2 para a campanha.

Os vídeos da delação do marqueteiro e de sua mulher Mônica Moura, nos quais há um detalhamento de como funcionava a arrecadação via de caixa 2 nas campanhas de Dilma, tiveram seus sigilos derrubados na sexta-feira, dia 12, pelo ministro Edson Fachin, relator da Lava Jato no Supremo Tribunal Federal.

"Ela (Dilma) já sabendo da nossa angústia em relação à dívida que permanecia da campanha de 2010 me disse que não me preocupasse em relação ao que aconteceria em 2014 porque ela não ia deixar se repetir os mesmos erros, que ela iria tirar a administração desses pagamentos de Vaccari, que aliás é uma pessoa que eu não sei o motivo, mas a presidente Dilma não tinha uma relação amistosa, nem de confiança, e queria colocar uma pessoa de sua confiança, que se revelou que era o ministro Guido Mantega."

O casal de marqueteiros é investigado na Operação Lava Jato. João e Mônica assinaram acordo de delação premiada em abril. Eles se comprometem a pagar multa de R$ 6 milhões e a devolver US$ 21,6 milhões mantidos em uma conta na Suíça.

Defesa

Em nota enviada à imprensa, a assessoria de Dilma Rousseff disse que a ex-presidente "nunca negociou doações eleitorais ou ordenou quaisquer pagamentos ilegais a prestadores de serviços em suas campanhas, ou fora delas".

"São mentirosas e descabidas as narrativas dos delatores sobre supostos diálogos acerca dos pagamentos de serviços de marketing. Dilma Rousseff jamais conversou com João Santana ou Monica Moura a respeito de caixa dois ou pagamentos no exterior. Tampouco tratou com quaisquer doadores ou prestadores de serviços de suas campanhas sobre tal assunto", informou a assessoria de Dilma.

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