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Dilma promete parceria e evita falar de direitos humanos

Em sua primeira visita ao país, Dilma se reuniu com o presidente Raúl Castro para analisar as relações bilaterais, marcadas por destacados projetos econômicos

Dilma: "A grande contribuição que nós podemos dar aqui em Cuba é ajudar a desenvolver todo o processo econômico" (José Cruz/ABr)
DR

Da Redação

Publicado em 18 de julho de 2012 às 18h14.

Havana - A presidente Dilma Rousseff defendeu nesta terça-feira uma associação 'estratégica e duradoura' com Cuba e se comprometeu com o desenvolvimento econômico da ilha, mas evitou debater sobre direitos humanos com o governo de Raúl Castro e pediu que o tema seja tratado de forma abrangente entre as nações.

Em sua primeira visita a Cuba, Dilma se reuniu nesta terça-feira com o presidente Raúl Castro para analisar as relações bilaterais, marcadas por destacados projetos econômicos como a ampliação do porto de Mariel, uma infraestrutura estratégica com investimento aproximado de US$ 900 milhões - US$ 640 milhões fornecidos pelo Brasil.

'A grande contribuição que nós podemos dar aqui em Cuba é ajudar a desenvolver todo o processo econômico', declarou Dilma, em referência ao plano de reformas econômicas empreendido pelo general Castro para enfrentar a grave crise que atinge a ilha há décadas. Ela defendeu uma associação 'estratégica e duradoura' entre os dois países.

Em suas declarações à imprensa, a presidente brasileira desconversou sobre a situação dos direitos humanos em Cuba ao pedir que o assunto seja discutido de forma abrangente 'no mundo todo', inclusive no Brasil. Ela fez questão de mencionar a polêmica base militar americana de Guantánamo, cuja prisão é alvo de denúncias de violações dos direitos humanos.

'O mundo precisa se comprometer, em geral, e não é possível fazer da política de direitos humanos só uma arma de combate político-ideológico. O mundo precisa se convencer de que é algo que todos os países do mundo têm de se responsabilizar, inclusive o nosso', declarou a líder.


Dois polêmicos assuntos precederam a visita de Dilma nos últimos dias: a morte do prisioneiro político cubano Wilman Villar, que, segundo a dissidência da ilha, teria sido vítima da própria greve de fome iniciada na prisão; e o visto de turista que o Brasil concedeu à blogueira cubana Yoani Sánchez, crítica ao regime Castro.

Como as viagens internacionais dos cidadãos cubanos são restritas pelo governo de Havana, Dilma se limitou a comentar sobre o tema: 'O Brasil deu seu visto para a blogueira. Os demais passos não são da competência do governo brasileiro'.

Para sair de Cuba, a crítica autora do blog 'Generacion Y' ainda precisa de uma autorização do governo cubana, conhecida eufemisticamente como 'cartão branco', que já lhe foi negada em várias ocasiões.

A governante brasileira confirmou nesta terça-feira que se reunirá com o ex-presidente cubano Fidel Castro, retirado do poder desde 2006 por problemas de saúde, mas ainda não se sabe quando será o encontro de ambos.

Além do destacado envolvimento do Brasil no porto de Mariel (situado a 45 quilômetros de Havana), Dilma disse que seu governo apoia Cuba em política alimentar, facilitando o acesso a um crédito de US$ 400 milhões para a compra de produtos no mercado brasileiro.


Brasília também financiará - através do programa Mais Alimentos - equipamentos, máquinas e tratores para Cuba mediante outra linha de crédito de US$ 200 milhões, dos quais US$ 70 milhões já foram aprovados.

A possível injeção de investimentos brasileiros na indústria açucareira cubana representa outro dos assuntos que pauta a visita de Dilma à ilha - o grupo Odebrecht confirmou nesta segunda-feira a iminente assinatura de um contrato para a gestão produtiva de uma usina na província de Cienfuegos.

A Companhia de Obras em Infraestrutura (COI), subsidiária da Odebrecht, pretende assinar o acordo - que terá validade de dez anos - com o grupo empresarial estatal Azcuba, encarregado do controle da produção de cana-de-açúcar e derivados em Cuba, segundo fontes da entidade brasileira.

Dilma encerrará sua visita a Cuba nesta quarta-feira, quando seguirá ao Haiti, onde se reunirá com o presidente Michel Martelly e visitará o contingente militar brasileiro, que lidera a Missão das Nações Unidas para a Estabilização no Haiti (Minustah).

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Em sua primeira visita a Cuba, Dilma se reuniu nesta terça-feira com o presidente Raúl Castro para analisar as relações bilaterais, marcadas por destacados projetos econômicos como a ampliação do porto de Mariel, uma infraestrutura estratégica com investimento aproximado de US$ 900 milhões - US$ 640 milhões fornecidos pelo Brasil.

'A grande contribuição que nós podemos dar aqui em Cuba é ajudar a desenvolver todo o processo econômico', declarou Dilma, em referência ao plano de reformas econômicas empreendido pelo general Castro para enfrentar a grave crise que atinge a ilha há décadas. Ela defendeu uma associação 'estratégica e duradoura' entre os dois países.

Em suas declarações à imprensa, a presidente brasileira desconversou sobre a situação dos direitos humanos em Cuba ao pedir que o assunto seja discutido de forma abrangente 'no mundo todo', inclusive no Brasil. Ela fez questão de mencionar a polêmica base militar americana de Guantánamo, cuja prisão é alvo de denúncias de violações dos direitos humanos.

'O mundo precisa se comprometer, em geral, e não é possível fazer da política de direitos humanos só uma arma de combate político-ideológico. O mundo precisa se convencer de que é algo que todos os países do mundo têm de se responsabilizar, inclusive o nosso', declarou a líder.


Dois polêmicos assuntos precederam a visita de Dilma nos últimos dias: a morte do prisioneiro político cubano Wilman Villar, que, segundo a dissidência da ilha, teria sido vítima da própria greve de fome iniciada na prisão; e o visto de turista que o Brasil concedeu à blogueira cubana Yoani Sánchez, crítica ao regime Castro.

Como as viagens internacionais dos cidadãos cubanos são restritas pelo governo de Havana, Dilma se limitou a comentar sobre o tema: 'O Brasil deu seu visto para a blogueira. Os demais passos não são da competência do governo brasileiro'.

Para sair de Cuba, a crítica autora do blog 'Generacion Y' ainda precisa de uma autorização do governo cubana, conhecida eufemisticamente como 'cartão branco', que já lhe foi negada em várias ocasiões.

A governante brasileira confirmou nesta terça-feira que se reunirá com o ex-presidente cubano Fidel Castro, retirado do poder desde 2006 por problemas de saúde, mas ainda não se sabe quando será o encontro de ambos.

Além do destacado envolvimento do Brasil no porto de Mariel (situado a 45 quilômetros de Havana), Dilma disse que seu governo apoia Cuba em política alimentar, facilitando o acesso a um crédito de US$ 400 milhões para a compra de produtos no mercado brasileiro.


Brasília também financiará - através do programa Mais Alimentos - equipamentos, máquinas e tratores para Cuba mediante outra linha de crédito de US$ 200 milhões, dos quais US$ 70 milhões já foram aprovados.

A possível injeção de investimentos brasileiros na indústria açucareira cubana representa outro dos assuntos que pauta a visita de Dilma à ilha - o grupo Odebrecht confirmou nesta segunda-feira a iminente assinatura de um contrato para a gestão produtiva de uma usina na província de Cienfuegos.

A Companhia de Obras em Infraestrutura (COI), subsidiária da Odebrecht, pretende assinar o acordo - que terá validade de dez anos - com o grupo empresarial estatal Azcuba, encarregado do controle da produção de cana-de-açúcar e derivados em Cuba, segundo fontes da entidade brasileira.

Dilma encerrará sua visita a Cuba nesta quarta-feira, quando seguirá ao Haiti, onde se reunirá com o presidente Michel Martelly e visitará o contingente militar brasileiro, que lidera a Missão das Nações Unidas para a Estabilização no Haiti (Minustah).

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