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Dilma pede a jovens apoio à reforma política

Dilma prometeu que Planalto não enviará projeto de lei que criminalize protestos nem aumente qualquer tipo de repressão, conforme relatos de participantes


	Dilma Rousseff: reforma política foi uma das bandeiras defendidas pelo Planalto em resposta às manifestações que tomaram conta do país em junho do ano passado
 (AFP/Getty Images)

Dilma Rousseff: reforma política foi uma das bandeiras defendidas pelo Planalto em resposta às manifestações que tomaram conta do país em junho do ano passado (AFP/Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 10 de abril de 2014 às 15h46.

Brasília - Em reunião com lideranças de jovens no Palácio do Planalto, a presidente Dilma Rousseff afirmou que o momento eleitoral é propício para a implantação de uma reforma política, destacando que os movimentos sociais devem sair às ruas e se engajar nessa discussão.

Dilma também prometeu que o Planalto não enviará projeto de lei que criminalize os protestos nem aumente qualquer tipo de repressão, conforme relatos de participantes da reunião.

"Não pensem que conseguiremos a reforma política só na relação entre governo e Congresso. É algo que exige a participação dos brasileiros para coesão de forças", afirmou a presidente na reunião, segundo relatos de participantes. A reunião não foi aberta à imprensa.

"Sem a mobilização de vocês, não haverá reforma política. O momento eleitoral é de discutir a reforma política e é preciso que os movimentos sociais pautem essa reforma", ressaltou a presidente.

A reforma política foi uma das bandeiras defendidas pelo Palácio do Planalto em resposta às manifestações que tomaram conta das ruas do país em junho do ano passado.

Dilma propôs um processo constituinte específico, mas desistiu da ideia após a avalanche de críticas da oposição e da própria base aliada. "A luta não se foca só nos parlamentos, precisa de mobilização das ruas", afirmou Dilma, que comparou o engajamento dos jovens ao movimento pelas Diretas Já. "Digerimos a ditadura indo à rua, indo à briga", disse, com ênfase.

Foram convidados para a reunião com a presidente representantes do Movimento Passe Livre, da União Nacional dos Estudantes (UNE), do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), Fora do Eixo, Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag) e Movimento Passe Livre (MPL). O encontro durou uma hora e meia.


Críticas

Para Cledson Pereira, representante do Movimento Passe Livre, o governo ainda não apresentou respostas às demandas apresentadas pelos movimentos.

"A gente não acredita em reunião sem desdobramentos práticos, desde a nossa última reunião com a presidenta em junho do ano passado, a nossa pauta não avançou em nada", comentou.

"A PEC 90 que garante transporte como direito essencial está parada no Senado, a proposta de tarifa zero, do custeio do transporte como um direito não avançou em nada e a gente enfrenta um aumento de passagens em quatro capitais do País e uma intensificação nas políticas e projetos de lei para repressão das manifestações com medo de uma nova jornada de junho", completou.

O governo desistiu de encaminhar ao Congresso um projeto de lei para conter a violência em protestos e vai endossar a proposta do senador Pedro Taques (PDT-MT) que já está pronta para ser votada na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado. Entre as propostas encaminhadas pelo governo que serão absorvidas no projeto do senador está a obrigatoriedade de identificação do manifestante que usar máscara.

"O governo se comprometeu que não enviaria nenhum projeto de lei que venha para aumentar qualquer tipo de repressão em relação aos movimentos sociais", afirmou a presidente da UNE, Virgínia Barros.

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