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Dilma ironiza "política social de auditório" de Luciano Huck

Durante cerca de 50 minutos, Dilma fez críticas ao seu processo de impeachment, à imprensa e à proposta de emenda constitucional do teto dos gastos,

A ex-presidente Dilma Rousseff (Andres Stapff/Reuters)

A ex-presidente Dilma Rousseff (Andres Stapff/Reuters)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 13 de maio de 2017 às 08h48.

Última atualização em 13 de maio de 2017 às 08h57.

A ex-presidente Dilma Rousseff afirmou na noite desta sexta-feira, 12, que o Brasil caminha a "passos largos" para adotar uma "política social de auditório", após citar o apresentador Luciano Huck, durante a palestra 'Um Ano de Golpe', em Porto Alegre.

"Em Harvard (universidade nos EUA), eu assisti a uma inovação, que é o que eu chamei de política social de auditório. Uma pessoa quis demonstrar a eficácia social de um programa de televisão, de uma pessoa chamada Luciano Huck, mostrando como uma senhora tinha melhorado de vida", disse.

Segundo ela, se antes a tendência dos grupos neoliberais era de apoiar gestores como candidatos, "agora estão caminhando a passos largos para que seja um animador de auditório. Fernando Henrique Cardoso defendeu Luciano Huck como hipótese". "Isso é gravíssimo. Há uma manipulação eleitoral explícita", acrescentou.

Durante cerca de 50 minutos, Dilma fez críticas ao seu processo de impeachment, à imprensa e à proposta de emenda constitucional do teto dos gastos, além de defender a política econômica adotada por seu governo, o PT, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a ex-primeira-dama Marisa Letícia, morta em fevereiro.

Para a ex-presidente, há atualmente no País um "desequilíbrio absoluto entre Poderes", agravado pelo processo de impeachment, que a destituiu da Presidência da República em maio de 2016. "Como o Executivo foi afetado com o golpe parlamentar, os outros poderes, como Legislativo e Judiciário, também foram afetados. No Judiciário, assistimos a seus integrantes se xingando", disse.

Nesta semana, os ministros do Supremo Tribunal Federal, Gilmar Mendes e Marco Aurélio Mello, exibiram momentos de tensão por causa do pedido do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, de afastamento de Gilmar do processo contra o empresário Eike Batista na Corte.

Dilma afirmou que seus adversários políticos "não estão nem um pouco calmos" por não terem um candidato, sem especificar para qual disputa. "Eu acredito que eles estariam mais calmos se tivessem candidatos, mas eles não têm. Por isso, não estão nem um pouco calmos", declarou.

A ex-presidente destacou que a "continuação do golpe" é sua criminalização por citações a seu nome por delatores da Operação Lava Jato. "Eu tenho que provar que eu não sabia (de crimes praticados durante sua campanha presidencial). Só no mensalão houve essa definição que era a prova negativa. Como não me apropriei de um único tostão, vão fazer outras tentativas", disse.

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