Na semana passada, Cartes rejeitou a oferta de o Paraguai ser reintegrado ao grupo do qual está afastado há cerca de um ano (REUTERS/Mario Valdez)
Da Redação
Publicado em 15 de julho de 2013 às 17h41.
Brasília - A presidente Dilma Rousseff deve ir à posse do presidente eleito do Paraguai, Horacio Cartes, informou nesta segunda-feira o ministro das Relações Exteriores do Brasil, Antonio Patriota.
A posse está marcada para 15 de agosto. Patriota falou sobre a viagem de Dilma após receber, no Itamaraty, o ministro dos Negócios Estrangeiros da República Federal da Nigéria, Olugbenga Ayodeji Ashiru. Patriota disse que Dilma sugeriu, inclusive, que todos os presidentes do Mercosul compareçam à posse de Cartes e que essa proposta foi bem-aceita.
"É importante ouvir o que o novo governo tem a dizer, uma vez no pleno exercício do poder", disse Patriota. Ressaltou, ainda, que "o novo governo está falando como novo governo eleito, mas não ainda como novo governo empossado".
Na semana passada, Cartes rejeitou a oferta de o Paraguai ser reintegrado ao grupo do qual está afastado há cerca de um ano. A proposta foi feita na semana passada, quando os presidentes do bloco assinaram, na XLV Reunião de Cúpula de Chefes de Estado do Mercosul, em Montevidéu, uma resolução pelo fim da suspensão do Paraguai. No momento da assinatura do documento, a Venezuela já estava sob a presidência pro tempore do grupo regional.
A presidência temporária é rotativa entre os sócios do grupo, com substituição a cada seis meses. A sequência, desde a fundação do bloco, em 1991, é por ordem alfabética, mas a suspensão do Paraguai alterou a rotina. Os paraguaios deveriam ter assumido a presidência temporária do Mercosul em dezembro, depois do Brasil. Sem o Paraguai, o comando saltou diretamente para o Uruguai, chegando agora a vez da Venezuela, pelo critério de ordem alfabética.
O dia 15 de agosto, data proposta por Maduro para retorno do Paraguai ao Mercosul, é justamente o dia da posse do novo presidente Horacio Cartes em Assunção. O Paraguai foi suspenso do Mercosul no ano passado, em reflexo ao processo de impeachment de Fernando Lugo da presidência do País. No entender dos demais membros do bloco, o processo de destituição violou o direito de defesa de Lugo e teria rompido com a ordem democrática. O impeachment ocorreu no final de junho do ano passado.
Desde a época em que Lugo estava na presidência, no entanto, o Senado paraguaio vinha se recusando a aprovar a adesão da Venezuela ao Mercosul. A Venezuela acabou ingressando no grupo em julho do ano passado, durante a cúpula na cidade argentina de Mendoza. Ou seja, a entrada do país só foi possível graças à suspensão do Paraguai. Desde 2006 os venezuelanos tentavam ingressar no Mercosul.
Sobre o período de cerca de um ano em que o Paraguai ficou suspenso do Mercosul, Patriota destacou nesta segunda que não houve represália econômica ao país e que os índices de atividade paraguaios estão bons.