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Detentos fogem e deixam recado para policiais na Bahia

Detentos serraram grades e quebraram parede de cela usando pequena serra e pé-de-cabra


	Prisão: detentos vinham protestando desde segunda-feira contra as más condições da carceragem
 (Ali al-Saadi/AFP)

Prisão: detentos vinham protestando desde segunda-feira contra as más condições da carceragem (Ali al-Saadi/AFP)

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Da Redação

Publicado em 12 de dezembro de 2012 às 17h36.

Salvador - Na terça-feira (11), durante o horário de almoço, 14 dos 35 detentos da carceragem da Delegacia de Brumado (BA) escaparam da unidade. Após serrar grades e quebrar a parede de uma das quatro celas da cadeia, os fugitivos deixaram um bilhete para os policiais. "Da próxima (vez), reforça essa porra, seus sacos de lixo do governo!", dizia o texto. Um dos presos, acusado de tráfico de drogas, voltou à unidade horas depois, dizendo-se arrependido. Os outros seguem foragidos.

A fuga foi o ponto final de um protesto que os detentos realizavam desde a segunda-feira (10), de acordo com o coordenador de Custódia da unidade, Agnaldo Rocha. Eles haviam começado uma greve de fome contra as más condições da unidade, que tem capacidade para 16 presos e abriga adolescentes junto com adultos. A polícia investiga se o protesto também tem relação com a interceptação, na semana passada, de uma carga de maconha e cocaína camuflada em pacotes de biscoitos recheados, que deveriam ser entregues a um dos detentos.

No início da tarde da terça, sem direito a banho de sol por causa do motim, os presos aproveitaram o horário de almoço dos policiais para terminar de serrar as grades de duas celas e concluir a abertura no buraco na parede de uma delas, sem chamar a atenção. Deixaram o bilhete, escrito em um pedaço de papel higiênico, ao lado do buraco.

Foi a segunda fuga da unidade usando o mesmo método este ano - em abril, quatro presos escaparam por um buraco feito em outra cela, também no horário de almoço dos policiais.


De acordo com Rocha, hoje foi realizada uma reunião com os detentos que ficaram no local. Dois utensílios usados na fuga, uma pequena serra e um pé-de-cabra, foram entregues ao coordenador pelos presos. "Nosso maior problema é o teto da carceragem", conta Rocha. "É comum acharmos celulares e drogas que são jogados de fora da unidade para dentro, por cima. Deve ter sido assim que as ferramentas entraram na delegacia."

Segundo o coordenador, a cela que teve a parede quebrada já foi restaurada e equipes das polícias Civil e Militar, coordenadas pelo delegado Leonardo Rabelo, fazem buscas na região pelos foragidos.

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