Brasil

Desempenho medíocre da indústria é culpa das importações, diz Banco Fator

Setor produtivo teve retração de 0,7% em dezembro ante expectativa de alta de 0,9%

Gonçalves, do Banco Fator: "Câmbio deve continuar valorizado em 2011" (Divulgação/Banco Fator)

Gonçalves, do Banco Fator: "Câmbio deve continuar valorizado em 2011" (Divulgação/Banco Fator)

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Da Redação

Publicado em 2 de fevereiro de 2011 às 16h10.

São Paulo – A indústria brasileira vem apresentando um desempenho medíocre desde maio do ano passado por causa do câmbio valorizado, que impulsiona as importações. Em dezembro, o setor produtivo teve retração de 0,7% ante expectativa de alta de 0,9%.

A análise é do economista-chefe do Banco Fator, José Francisco de Lima Gonçalves, que participou nesta quarta-feira (2) do programa “Momento da Economia”, na Rádio EXAME.

“O desempenho medíocre da indústria no que se refere a crescimento é resultado das importações. Nós estamos com uma taxa de câmbio bastante valorizada, que barateia enormemente as importações. Além disso, tem muita coisa que a gente importa que está com desconto no preço, ou seja, importar é muito barato. O resultado é que entre comprar o que é feito aqui e importar, é mais ou menos óbvio que boa parte das vezes a preferência é pela importação”, diz Gonçalves.

O economista acredita que o câmbio continuará valorizado no atual patamar em 2011, o que incentiva as importações e dificulta as exportações. “Sinto muito, mas a nossa expectativa para a indústria é de crescimento bastante inferior aos 10,5% do ano passado. Por enquanto, a previsão é de crescimento de 4,5% em 2011, mas vamos rever essa taxa para baixo.”

O aperto monetário do Banco Central e um eventual ajuste fiscal do governo vão esfriar um pouco a economia. “Nesse caso, a gente vai assistir a uma redução das importações, sem muito impacto na indústria”, diz José Francisco de Lima Gonçalves.

Na entrevista (para ouvi-la na íntegra, clique na imagem ao lado), o economista-chefe do Banco Fator relata detalhes de sua recente viagem ao Estados Unidos, onde teve diversos encontros com investidores estrangeiros.

Análise: Alta de 10,5% da indústria esconde sérios problemas

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