Deputados rejeitam sistema eleitoral do distritão
O Plenário da Casa rejeitou o o sistema eleitoral distrital, conhecido como “distritão”, por 267 votos a 210 e 5 abstenções
Da Redação
Publicado em 26 de maio de 2015 às 22h32.
O plenário da Câmara dos Deputados acaba de derrubar o sistema eleitoral onde os candidatos mais votados são eleitos, o distritão. Encampado pelo PMDB , o distritão teve 210 à favor, 267 contra e cinco abstenções.
Os deputados estão votando agora o sistema distritão misto.
Eram necessários 308 votos à favor para aprovar o distritão. As surpresas da noite foram os posicionamentos em plenário do PSDB e do PCdoB.
O distritão era a proposta que entrou no relatório do deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ), apresentado hoje. PMDB, PTB, DEM, PSC, Solidariedade, PP e até o PCdoB votaram à favor. PT, PRB, PSOL, PPS, PR, PSB, PDT, PSOL, PV orientaram o voto não. Durante a votação, o presidente da Casa, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), principal fiador da proposta, deixava claro sua posição.
"Não aprovar (o distritão) significa votar no modelo que existe", afirmou. Quem pregou a derrota ao distritão em plenário argumentou que o modelo torna as eleições mais caras, favorece o personalismo na política e agrava a crise de representação.
"Vai acabar com os partidos políticos. Se fosse bom, teria sido adotado por vários países", lembrou o petista Alessandro Molon (PT-RJ), mencionando o Afeganistão como adotante do sistema.
Em um apelo aos tucanos, que estavam rachados nesta votação, Molon citou Aécio Neves, que disse hoje que o distritão é o caminho mais rápido para o retrocesso. O discurso não sensibilizou os tucanos, que foram liberados a votar livremente, assim como o PSD e PROS.
No caso do PSD, já havia um compromisso do ministro Gilberto Kassab (Cidades) firmado há 15 dias com Cunha de liberar a bancada.
"Somos contra esse detritão", afirmou na tribuna o líder do PSOL, Chico Alencar (PSOL-RJ). "O distritão é retrocesso na política do Brasil", emendou o líder do PR, Maurício Quintella Lessa (AL).
O relator de plenário admitiu que o modelo não é o ideal, mas considerou que o sistema majoritário representaria um "um salto à frente" diante de um modelo eleitoral exaurido.
"Não vamos entrar no discurso não tem no país A, não tem no país B", declarou. O deputado Heráclito Fortes (PSB-PI) também pregou voto ao distritão e disse que é melhor uma reforma "Tiririca" do que uma reforma política que não traga os resultados demandados pela sociedade. "Essa será a reforma Tiririca: pior que está não fica", afirmou Heráclito.
Em nome do PMDB, o deputado Celso Pansera (RJ) disse que sistema político atual está desgastado e que essa era a "oportunidade de ouro" de promover as mudanças. "Todos acham que tem que mudar o sistema mas ninguém tem coragem de mudar. Nós do PMDB temos a coragem de conduzir esse processo de mudança", declarou.
Texto atualizado às 22h32
O plenário da Câmara dos Deputados acaba de derrubar o sistema eleitoral onde os candidatos mais votados são eleitos, o distritão. Encampado pelo PMDB , o distritão teve 210 à favor, 267 contra e cinco abstenções.
Os deputados estão votando agora o sistema distritão misto.
Eram necessários 308 votos à favor para aprovar o distritão. As surpresas da noite foram os posicionamentos em plenário do PSDB e do PCdoB.
O distritão era a proposta que entrou no relatório do deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ), apresentado hoje. PMDB, PTB, DEM, PSC, Solidariedade, PP e até o PCdoB votaram à favor. PT, PRB, PSOL, PPS, PR, PSB, PDT, PSOL, PV orientaram o voto não. Durante a votação, o presidente da Casa, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), principal fiador da proposta, deixava claro sua posição.
"Não aprovar (o distritão) significa votar no modelo que existe", afirmou. Quem pregou a derrota ao distritão em plenário argumentou que o modelo torna as eleições mais caras, favorece o personalismo na política e agrava a crise de representação.
"Vai acabar com os partidos políticos. Se fosse bom, teria sido adotado por vários países", lembrou o petista Alessandro Molon (PT-RJ), mencionando o Afeganistão como adotante do sistema.
Em um apelo aos tucanos, que estavam rachados nesta votação, Molon citou Aécio Neves, que disse hoje que o distritão é o caminho mais rápido para o retrocesso. O discurso não sensibilizou os tucanos, que foram liberados a votar livremente, assim como o PSD e PROS.
No caso do PSD, já havia um compromisso do ministro Gilberto Kassab (Cidades) firmado há 15 dias com Cunha de liberar a bancada.
"Somos contra esse detritão", afirmou na tribuna o líder do PSOL, Chico Alencar (PSOL-RJ). "O distritão é retrocesso na política do Brasil", emendou o líder do PR, Maurício Quintella Lessa (AL).
O relator de plenário admitiu que o modelo não é o ideal, mas considerou que o sistema majoritário representaria um "um salto à frente" diante de um modelo eleitoral exaurido.
"Não vamos entrar no discurso não tem no país A, não tem no país B", declarou. O deputado Heráclito Fortes (PSB-PI) também pregou voto ao distritão e disse que é melhor uma reforma "Tiririca" do que uma reforma política que não traga os resultados demandados pela sociedade. "Essa será a reforma Tiririca: pior que está não fica", afirmou Heráclito.
Em nome do PMDB, o deputado Celso Pansera (RJ) disse que sistema político atual está desgastado e que essa era a "oportunidade de ouro" de promover as mudanças. "Todos acham que tem que mudar o sistema mas ninguém tem coragem de mudar. Nós do PMDB temos a coragem de conduzir esse processo de mudança", declarou.
Texto atualizado às 22h32