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Deputados federais têm direito a 70 médicos de 17 especialidades

O plano de saúde oferecido aos parlamentares é uma das despesas fixas mais altas da Câmara: R$ 445 milhões por dois anos de vigência

Deputado Marco Feliciano: Despesa de R$ 157 mil com tratamento odontológico faz parte do rol de benefícios na área de saúde a que os deputados têm direito (Vinícius Loures/Câmara dos Deputados/Agência Câmara)

Deputado Marco Feliciano: Despesa de R$ 157 mil com tratamento odontológico faz parte do rol de benefícios na área de saúde a que os deputados têm direito (Vinícius Loures/Câmara dos Deputados/Agência Câmara)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 5 de agosto de 2019 às 13h18.

Última atualização em 5 de agosto de 2019 às 13h20.

A Câmara dos Deputados oferece gratuitamente aos seus 513 parlamentares um total de 70 médicos de 17 especialidades diferentes, como psiquiatria e clínica geral. De acordo com reportagem publicada pelo jornal O Estado de S. Paulo na segunda-feira, 5, a assistência médica e odontológica de deputados já custou R$ 93 milhões aos cofres públicos apenas no primeiro semestre deste ano - o equivalente a quase o total da quantia gasta em 2018 (R$ 100 milhões) e o montante previsto para 2019 (R$ 117 milhões).

O valor paga a equipe médica própria e reembolsos com tratamentos particulares apresentados pelos parlamentares por meio de notas fiscais.

O reembolso é oferecido para procedimentos não cobertos pelo plano de saúde oferecido pela Casa e, caso ultrapasse o total de R$ 50 mil, precisa ser aprovado pela Mesa Diretora da Câmara.

Atualmente, a Mesa Diretora é composta pelo presidente Rodrigo Maia (DEM-RJ) e os deputados Marcos Pereira (PRB-SP) e Luciano Bívar (PSL-PE), como 1º e 2º vice-presidentes; além de Soraya Santos (PR-RJ), Mário Heringer (PDT-MG), Fábio Faria (PSD-RN) e André Fufuca (PP-MA), como 1º, 2º, 3º e 4º secretários, respectivamente.

Em reportagem publicada no domingo, 4, pelo O Estado de S. Paulo mostrou que uma das despesas aprovadas pela Mesa Diretora foi um tratamento odontológico no valor de R$ 157 mil realizado pelo Pastor Marcos Feliciano (Podemos-SP).

O reembolso pedido pelo deputado foi negado em abril deste ano pela equipe técnica, mas, após ele ter recorrido da decisão, foi aprovado posteriormente. "Sou político e pregador. Minha boca é minha ferramenta", declarou o deputado, reconhecendo que o procedimento foi "caro".

O plano de saúde oferecido aos parlamentares da Câmara conta com cobertura em rede nacional, ligado à Caixa Econômica Federal, nas áreas médico-hospitalar, odontológica, fisioterápica, fonoaudiológica, psicossocial, médica domiciliar (home care) e psiquiátrica. O contrato é uma das despesas fixas mais altas da Câmara. Assinado em 2017, ele custa ao Parlamento R$ 445 milhões por dois anos de vigência.

Além do plano de saúde, a Câmara possui uma estrutura médica equivalente a um mini-hospital, que inclui tomógrafo e uma UTI móvel, com 70 médicos disponíveis no local para deputados (ativos e inativos), servidores e seus dependentes.

Sua estrutura é oferece atendimento médico e multidisciplinar, em nível ambulatorial e de emergência clínica, além de realizar exames complementares nas áreas de radiologia, laboratório e cardiologia, e pequenas cirurgias sem necessidade de internação.

No ano passado, o valor de reembolso gasto pela Câmara chegou a R$ 8 milhões. Desse valor, cerca de 40% foi pago apenas ao ex-deputado Sabino Castelo Branco (PTB-AM), que teve direito a reaver R$ 3,2 milhões após um longo período internado no Hospital Sírio-Libanês para tratar um acidente vascular cerebral (AVC).

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