PT não deve endossar eleição indireta, diz deputado
Carlos Zarattini acredita que, neste caso, um candidato alinhado ao atual governo seria eleito e as reformas de Temer continuariam
Estadão Conteúdo
Publicado em 22 de maio de 2017 às 15h24.
Brasília - O líder do PT na Câmara , Carlos Zarattini (SP), afirmou que a legenda não trabalha com a hipótese de participar de uma eventual eleição indireta, caso o presidente Michel Temer deixe o cargo.
Ele considera que, neste caso, um candidato alinhado ao atual governo acabaria eleito, como o ministro Henrique Meirelles (Fazenda) ou o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ).
"Provavelmente não vamos endossar eleição indireta, pois esse candidato faria as reformas continuarem. Não queremos ter compromisso com isso", afirmou.
Ele avalia que o bloco de apoio ao governo, que possui maioria no Congresso, tem objetivo de continuar o "projeto das grandes reformas", como a previdenciária e trabalhista.
Zarattini disse que o partido vai lutar pela aprovação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que prevê eleição direta em caso de vacância na presidência da República.
Ele acredita que a admissibilidade do texto, de autoria do deputado Miro Teixeira (Rede-RJ), será aprovada nesta terça-feira, 22, na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), permitindo a criação de uma comissão especial sobre o tema.
"A partir daí será outro passo", ponderou.
Esta semana, segundo o líder do PT, a estratégia da oposição será de obstrução total a todas as votações.
"Queremos que não vote nada, defendemos paralisia total. Não tem sentido votar Medida Provisória desse governo", declarou. Ele disse que o presidente Temer "não tem moral" para continuar na função.