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Deputado expulso por PEC religiosa acusa PSOL de perseguição

O deputado federal Cabo Daciolo acusa o partido de persegui-lo por motivos religiosos

Cabo Daciolo: "o PSOL me perseguiu, desrespeitou a minha liberdade religiosa e não permitiu que eu pudesse discutir as minhas propostas junto ao partido" (Reprodução/Câmara dos Deputados)
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Da Redação

Publicado em 18 de maio de 2015 às 13h38.

Última atualização em 10 de agosto de 2018 às 10h28.

Rio de Janeiro - Expulso do PSOL no fim de semana, o deputado federal Cabo Daciolo (RJ) acusa o partido de persegui-lo por motivos religiosos.

O parlamentar perdeu seu lugar na bancada da legenda de esquerda sob acusação de infidelidade partidária, depois de uma série de atitudes que geraram mal-estar na agremiação.

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Contrariando orientação dos companheiros, Daciolo, que é evangélico, apresentou Proposta de Emenda Constitucional (PEC) determinando que a Carta diga que "todo poder emana de Deus".

O deputado também defendeu que o ministro da Defesa seja um militar. Para irritação do comando psolista, também defendeu publicamente os policiais militares acusados da tortura, assassinato e desaparecimento do auxiliar de pedreiro Amarildo de Souza.

"O PSOL me perseguiu, desrespeitou a minha liberdade religiosa e não permitiu que eu pudesse discutir as minhas propostas junto ao partido. Fui discriminado. Mesmo assim, eu os perdoo. Não levo mágoas comigo. Jesus me ensinou a perdoar", afirmou o parlamentar, em sua página TV Daciolo, no Facebook.

"Não recebi com alegria a notícia de minha expulsão pelo Diretório Nacional do PSOL. Fui eleito com 49.831 votos, numa campanha desacreditada pela maioria dos militantes psolistas. Não tive tempo de TV e os recursos financeiros foram escassos. Mesmo assim, diante da especulação negativa de que seria derrotado nas ruas, Deus, o Todo-poderoso, honrou a nossa fé e o empenho voluntário, aguerrido, das pessoas que acreditaram genuinamente em nossa proposta."

Expulsão

O Diretório Nacional do PSOL expulsou Daciolo no fim de semana, por 54 votos a um. O parlamentar teve apoio apenas da ex-deputada Janira Rocha.

Ela também acusou o comando do partido de perseguir o deputado, mas admitiu que o deputado cometeu erros e boa parte dos militantes queria a expulsão.

Daciolo foi líder da greve dos bombeiros do Rio em 2011 e foi eleito com quase 50 mil votos. Uma comissão de ética do PSOL o acusou de descumprir reiteradamente o programa e o estatuto da legenda.

"O meu desejo é permanecer no PSOL", afirma Daciolo no Facebook. "Sempre foi. Quando fui suspenso, apresentei minha defesa, sem abrir mão dos pontos que defendo, mas expressando a minha sincera vontade de continuar filiado. Hoje não é um dia para se comemorar. Todavia, a minha confiança está no Senhor e nos seus desígnios. A vontade de Deus é boa, agradável e perfeita (Rm 12.2). A Bíblia, o meu único manual de fé e prática, diz que todas as coisas contribuem juntamente para o bem daqueles que amam a Deus. Nunca me envergonharei em declarar que Deus vem em primeiro lugar na minha vida. Todo o poder emana de Deus."

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