Centrão caminha na direção de Alckmin, diz deputado aliado do PSDB
Rodrigo Garcia disse que "a maioria do DEM nunca foi pelo Ciro". Pré-candidato tucano deve se encontrar ainda hoje com presidente da sigla, ACM Neto
Estadão Conteúdo
Publicado em 19 de julho de 2018 às 17h28.
Última atualização em 19 de julho de 2018 às 18h03.
São Paulo - O deputado federal Rodrigo Garcia (DEM-SP) afirmou nesta quinta-feira, 19, ao Broadcast Político, serviço de notícias em tempo real do Grupo Estado, que as conversas do 'Centrão' estão caminhando melhor na direção de uma aliança nas eleições de 2018 com o PSDB, do pré-candidato à Presidência Geraldo Alckmin , do que com o PDT do ex-ministro Ciro Gomes.
Garcia, que foi secretário de Habitação do tucano e defende que o grupo apoie o ex-governador, se reuniu no inicio da tarde com Alckmin na zona sul da capital paulista. Após o encontro, afirmou ainda que "a maioria do DEM nunca foi pelo Ciro" e citou a entrevista concedida ontem ao jornal O Estado de S. Paulo pelo economista do partido, Claudio Adilson Gonçalez, para quem os programas do pedetista e da legenda são "inconciliáveis".
"Não tem como juntar", resumiu Garcia, que será oficializado amanhã como o vice na chapa do ex-prefeito João Doria (PSDB).
Segundo o Broadcast apurou, Alckmin deve se encontrar ainda hoje com o presidente do DEM nacional e prefeito de Salvador, ACM Neto, que voou para a capital paulista após o café da manhã com partidos do Centrão na residência do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ). O grupo, que reúne ainda PP, Solidariedade, PR e PRB, postergou para a semana que vem a decisão sobre quem apoiar.
Garcia, no entanto, disse desconhecer o encontro e afirmou que ACM estará em São Paulo para a cerimônia de amanhã, com Doria .
Alckmin na dianteira
Os líderes do Centrão têm dito reservadamente que uma aliança com o PSDB possui ligeira preferência no bloco hoje. Em público, o discurso é de que existe uma divisão equilibrada. Até a semana passada, antes da adesão do PR, Ciro tinha mais força. Porém, recentes declarações polêmicas do pedetista provocaram desgaste e receio nos partidos.
Eles reafirmaram que o bloco formará uma aliança única. Há ainda a possibilidade de adesão de partidos nanicos, como PHS e Avante. Parlamentares dos dois partidos foram ao encontro matinal na residência de Maia. Ele também recebeu depois o ex-ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, pré-candidato do MDB ao Planalto.
Em jantar na noite de quarta-feira, 18, o grupo reafirmou a união no bloco e indicou o empresário Josué Gomes (PR), da Coteminas, como pré-candidato a vice-presidente e representante dos partidos.
O presidente do PRB, ex-ministro Marcos Pereira (Indústria), disse que não houve consenso no grupo, nem avanço na articulação. Ele também descartou um acordo nesta semana em prol do tucano ou do pedetista: "Sem consenso, vai longe ainda."
O deputado Carlos Sampaio (PSDB-SP), que foi à residência oficial da Câmara e conversou com Maia, relatou que o blocão pediu mais uma semana e deu previsão de se posicionar até a próxima quinta-feira. Também estiveram no café da manhã os deputados Marcelo Aro (PHS-MG), Luís Tibé (Avante-MG), Bebeto (PSB-BA), Aguinaldo Ribeiro (PP-PB), Paulinho da Força (SD-SP), o senador Ciro Nogueira (PP-PI) e o ex-deputado Valdemar Costa Neto (PR). / COLABORARAM FELIPE FRAZÃO E VERA ROSA, DE BRASÍLIA