Rio - A eliminação do Brasil vai reacender a tentativa de parlamentares de criar uma CPI para investigar a CBF . Em 2011, o deputado federal Anthony Garotinho (PR-RJ) até conseguiu o número de assinaturas para formalizar o pedido da CPI na Câmara, mas colegas seus voltaram atrás depois de uma visita do então presidente da CBF, Ricardo Teixeira, a Brasília.
Em dezembro de 2012, o deputado federal Romário (PSB-RJ) recolheu, em menos de 48 horas, 188 assinaturas e protocolou o requerimento de instalação da CPI.
Eram necessárias 171 assinaturas. Mas o pedido ficou na gaveta do presidente da Câmara dos Deputados, Henrique Alves (PMDB-RN). Ele disse haver outras solicitações de CPIs na fila, por isso não estabeleceu prazo para a instalação da comissão que apuraria supostas irregularidades em contratos da CBF com seus patrocinadores e se estenderia aos gastos com a organização do Mundial.
Alves seguiu orientação do governo federal, temeroso de que uma CPI um ano antes da Copa poderia trazer prejuízos à imagem do País e da organização do evento.
A CBF entrou em campo em 2013 para refazer a sua "bancada da bola" e agiu nos bastidores para brecar o pedido de Romário.
Um dos líderes do movimento pró-CBF foi o deputado federal Vicente Cândido (PT-SP), vice-presidente da FPF e amigo e sócio de Marco Polo Del Nero, presidente eleito da CBF, que tomará posse em abril de 2015.
Nos últimos meses, Romário liderou críticas e denúncias contra os dirigentes da CBF. Envolveu o ex-presidente Ricardo Teixeira, o atual, José Maria Marin, e Del Nero. Chegou a chamá-los publicamente de "ladrões". Mas o ex-jogador diminuiu o tom em maio - pegou carona na Copa e foi protagonista de uma peça publicitária associada ao Mundial.
Disse que torceria para o Brasil ser campeão, passou a fazer mais análises sobre o time de Luiz Felipe Scolari e de outras seleções. No entanto, não deixou de lado sua luta para que a CBF seja "varrida e passada a limpo". E ressaltou que voltaria ao assunto ao fim da Copa.
- 1. Público X Privado
1 /12(Divulgação/ Consórcio Maracanã 2014)
São Paulo - Faltando nove meses para a abertura da
Copa do Mundo de 2014 , já se pode dizer que a conta do evento pesou mesmo é no bolso dos brasileiros, apesar de promessas em contrário: de cada R$ 10 gastos nos
estádios do Mundial
, R$ 6 são dinheiro público. Do orçamento total de R$ 8 bilhões das 12 arenas, R$ 4,8 bilhões saíram dos cofres do governo. Só o de Brasília, Mané Garrincha, custou 1,43 bilhão de reais, tendo como principal companhia outro bilionário, o
Maracanã . Apenas três estádios foram completamente financiados sem recursos dos governos estaduais. O governo federal até que não gastou diretamente, mas ajudou com vários incentivos. Um dele é o programa de financiamento do
BNDES , que liberou R$3,8 bilhões; o outro é Recopa, regime especial que desonerou a contratação de serviços e a compra de equipamentos de impostos federais como IPI, PIS/Pasep, entre outros.Clique nas fotos para conferir levantamento de EXAME.com feito com a ajuda do Sindicato da Arquitetura e da Engenharia (Sinaenco), que mantém o
Portal 2014.
*Atualizada no dia 13/9 para mudança dos valores da Arena Fonte Nova, que não contou com recursos públicos em sua construção. - 2. Mané Garrincha (Brasília) - R$1,43 bilhão
2 /12(Mateus Baeta/ Portal da Copa)
Valor total: R$ 1,43 bilhão
Recursos privados: -
Recursos públicos: R$ 1,43 bilhão
Entregue em maio de 2013 A obra foi a única a não solicitar o financiamento do BNDES. A viabilidade financeira ocorreu por meio de recursos da Terracap (agência imobiliária pública controlada pelo Distrito Federal e pela União), oriundos da venda de terrenos de propriedade do governo.
- 3. Maracanã (Rio de Janeiro) - R$ 1,19 bilhão
3 /12(Divulgação/ Consórcio Maracanã 2014)
Valor total: R$ 1,19 bilhão
Recursos privados: -
Recursos públicos: R$ 1,19 bilhão
Entregue em abril de 2013 A obra de reforma do Maracanã foi feita inteiramente com recursos públicos. Os R$ 1,19 bilhões gastos na obra foram viabilizados pelo governo estadual via financiamento do BNDES (R$ 400 milhões) e o restante veio diretamente do caixa do Tesouro Estadual do Rio de Janeiro.
- 4. Arena da Amazônia (Manaus) - R$ 605 milhões
4 /12(REUTERS/Bruno Kelly)
Valor total: R$ 605 milhões (previsto)
Recursos privados: -
Recursos públicos: R$ 605 milhões
Previsão de conclusão: dezembro de 2013 A obra está sendo paga pelo governo do Amazonas, que captou parte do valor - R$ 388,1 milhões - através de financiamento do BNDES.
- 5. Arena Pantanal (Cuiabá) - R$ 537,5 milhões
5 /12(Portal da Copa)
Valor total: R$ 537,5 milhões (previsto)
Recursos privados: -
Recursos públicos: R$ 537,5 milhões
Previsão de conclusão: outubro de 2013 A obra foi inteiramente bancada com recursos do Governo do Mato Grosso, sendo que R$ 337,9 milhões foram captados via financiamento do BNDES.
- 6. Castelão (Fortaleza) - R$ 518 milhões
6 /12(Portal da Copa)
Valor total: R$ 518 milhões
Recursos privados: -
Recursos públicos: R$ 518 milhões
Entregue em dezembro de 2012 O Castelão foi o primeiro estádio da Copa a ser entregue.A obra foi inteiramente financiada pelo governo do Ceará, que conseguiu financiamento do BNDES de R$ 351,5 milhões. Os outros 167 milhões são oriundos do Tesouro Estadual. A operação do estádio é feita pelo Consórcio dasempresas Galvão Engenharia e Andrade Mendonça.
- 7. Arena da Baixada (Curitiba) - R$ 131 milhões
7 /12(Portal da Copa)
Valor total: R$ 265 milhões (previsto)
Recursos privados: R$ 134 milhões
Recursos públicos: R$ 131 milhões
Previsão de conclusão: dezembro 2013Os R$ 131 milhões de recursos públicos foram captados via financiamento do BNDES. O empréstimo foi tomado pelo Fundo de Desenvolvimento Econômico (FDE) administrado pela agência de fomento estatal. O restante foi bancado pelo Clube Atlético Paranaense.
- 8. Arena Fonte Nova (Salvador) - sem recursos públicos
8 /12(Governo Federal/Portal da Copa)
Valor total: R$ 591,7 milhões
Recursos privados: R$ 591,7 milhões
Recursos públicos: -
Entregue em abril de 2013 O Estádio foi construído pela Parceria Público-Privada (PPP) entre o Governo do Estado da Bahia e a Fonte Nova Negócios e Participações (FNP).A FNP financiou R$ 323,6 milhões com o BNDES.Além disso, um empréstimo no valor de R$ 250 milhões também foi feito pela FNP com BNB (Banco do Nordeste do Brasil). O restante foi adquiridoatravés do Desenbahia – Agência de Fomento do Estado da Bahia.
- 9. Arena das Dunas (Natal) - sem recursos públicos
9 /12(Glauber Queiroz/Portal da Copa)
Valor total: R$ 400 milhões (previsto)
Recursos privados: R$ 400 milhões
Recursos públicos: -
Previsão de conclusão: dezembro de 2013 A obra foi quase inteiramente financiada pelo BNDES, que liberou R$ 396,5 milhões ao consórcio OAS Arenas, que será administrador do equipamento por 20 anos. O restante também fica a cargo da OAS.
- 10. Beira-Rio (Porto Alegre) - sem recursos públicos
10 /12(Portal da Copa)
Valor total: R$ 330 milhões (previsto)
Recursos privados: R$ 330 milhões
Recursos públicos: -
Previsão de conclusão: dezembro de 2013 A obra está sendo realizada por uma parceria entre o Clube Internacional e a construtora Andrade-Gutierrez. O investimento O Clube aportou parte dos recursos (R$ 26 milhões) e a construtora conseguiu financiamento de R$ 235 milhões via BNDES. Em contrapartida pelo investimento, durante 20 anos, a Andrade Gutierrez, por meio da Sociedade de Propósito Específico, terá direito a explorar todas as novas áreas criadas no estádio.
- 11. Arena Pernambuco (Recife) - sem recursos públicos
11 /12(Portal da Copa)
Valor total: R$ 529,5 milhões
Recursos privados: R$ 529,5 milhões
Recursos públicos: -
Entregue em abril de 2013O estádio foi construído através de uma Sociedade de Propósito Específico (SPE) formada pelas empresas Odebrecht Participações e Investimentos (OPI) e Construtora Norberto Odebrecht do Brasil. A SPE foi concebida para construir e operar a Arena Pernambuco em regime de parceria público-privada (PPP) com o governo estadual.A empresa conseguiu financiar R$ 400 milhões através do BNDES.
- 12. Agora, veja exemplos de "legados" que o Brasil não terá
12 /12(Adidas/Facebook.com)