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Demóstenes acusa Caiado de receber dinheiro de Cachoeira

O ex-senador cassado acusou o líder do DEM no Senado de ter recebido doações do contraventor Carlinhos Cachoeira em suas campanhas


	Demóstenes Torres: "você (Caiado) deveria ir para Brasília em seu cavalo branco, estacioná-lo na chapelaria do Senado e subir à tribuna para fazer o que já faz: relinchar, relinchar"
 (Marcello Casal Jr/ABr)

Demóstenes Torres: "você (Caiado) deveria ir para Brasília em seu cavalo branco, estacioná-lo na chapelaria do Senado e subir à tribuna para fazer o que já faz: relinchar, relinchar" (Marcello Casal Jr/ABr)

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Da Redação

Publicado em 31 de março de 2015 às 16h46.

Brasília - O ex-senador cassado Demóstenes Torres acusou nesta terça-feira, 31, o líder do DEM no Senado, Ronaldo Caiado (GO), de ter recebido doações do contraventor Carlinhos Cachoeira em suas campanhas para deputado federal.

Em artigo publicado no jornal goiano Diário da Manhã, Demóstenes afirma que basta "seguir o dinheiro" para descobrir as "digitais do anjo caído".

"Ronaldo fazia, sim, parte da rede de amigos de Carlos Cachoeira, era, inclusive, médico de seu filho. Mas não era só de amizade que se nutria Ronaldo Caiado, peguem as contas de seus gastos gráficos, aéreos e de pessoal, notadamente nas campanhas de 2002, 2006 e 2010, que qualquer um verá as impressões digitais do anjo caído. Siga o dinheiro", escreve Demóstenes.

O ex-senador afirma que decidiu publicar o artigo depois de ler uma nota veiculada na imprensa na qual Caiado diz que havia se decepcionado com ele e o considerava um traidor.

Além de serem do mesmo Estado, Goiás, os dois dividiam a mesma legenda, o DEM, antes de Demóstenes ser cassado em 2012 após ser acusado de usar o mandato para favorecer Cachoeira.

O ex-senador faz ainda outras acusações contra Caiado, como a de que o "esquema goiano" foi usado para ajudar o colega de partido Agripino Maia (RN) a se eleger senador em 2010, e de ter pedido ajuda a Cachoeira para que o delegado aposentado Eurípedes Barsanulfo, suposto operador de jogos ilegais, pudesse ampliar seus negócios.

O texto também é cheio de ofensas de cunho pessoal.

Em um dos trechos, Demóstenes afirma: "Você (Caiado) deveria ir para Brasília em seu cavalo branco, estacioná-lo na chapelaria do Senado e subir à tribuna para fazer o que já faz: relinchar, relinchar". Na campanha de 1989, Caiado, que era um dos candidatos à Presidência, apareceu no programa eleitoral montado em um cavalo branco.

Por fim, o ex-senador pede para o líder do DEM "deixá-lo em paz" e faz uma ameaça: "Toque sua vida, se fizer troça comigo novamente não o pouparei. Continue fingindo que é inocente e lembre-se que não está na sarjeta porque eu não tenho vocação para delator".

Em nota publicada em seu site, Caiado negou as acusações e chamou Demóstenes de "psicopata".

"O comportamento do ex-senador Demóstenes Torres é típico de um psicopata. Cassado pelos seus pares, em seus momentos de alucinação, por não suportar a sua derrocada política e moral, ele tenta lançar mentiras contra mim", disse.

O líder do DEM cobrou provas de que teria recebido dinheiro de Cachoeira.

"Em relação às minhas campanhas, que Demóstenes torne público onde Carlos Cachoeira teria participação. Os dados estão divulgados para quem quiser conferir. Ameaça, Demóstenes, é coisa de bandido. Torne público o que você diz ter contra mim".

O senador também negou as acusações em relação a Agripino Maia ou de ter intermediado qualquer contato a pedido do delegado Eurípedes Barsanulfo, apesar de afirmar que sabe que ele tem o "hábito de jogar".

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