Brasil

Delcídio diz que foi explorado para benefício de terceiros

Os advogados pedem que o processo seja anulado e indicam suspeição de senadores que compõem o colegiado


	O senador Delcídio Amaral: defesa pede anulação do processo que, segundo os advogados, é baseado em uma única prova, chamada por eles de "documento apócrifo".
 (Jefferson Rudy/ Agência Senado)

O senador Delcídio Amaral: defesa pede anulação do processo que, segundo os advogados, é baseado em uma única prova, chamada por eles de "documento apócrifo". (Jefferson Rudy/ Agência Senado)

DR

Da Redação

Publicado em 2 de maio de 2016 às 06h26.

Brasília - Nas alegações finais apresentadas ao Conselho de Ética do Senado, onde responde a processo de cassação por quebra de decoro parlamentar, o senador Delcídio Amaral (sem partido-MS) disse que foi "explorado para benefício de terceiros", citando o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Os advogados pedem que o processo seja anulado e indicam suspeição de senadores que compõem o colegiado.

O julgamento no conselho está previsto para esta terça-feira, mas um adiamento é possível, já que as discussões no Senado têm sido dominadas pelo processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff.

No documento de 155 páginas, os advogados defendem que não há provas contra o parlamentar.

"A única frágil base probatória é um documento, além de apócrifo, anônimo", afirma a defesa, em referência à gravação feita pelo filho do ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró, Bernardo Cerveró, em reunião com Delcídio, na qual o senador revelava plano para conseguir um habeas corpus no Supremo Tribunal Federal (STF) para tirar Cerveró da prisão e enviá-lo para fora do País.

Foi essa gravação que levou Delcídio à prisão em novembro do ano passado, sob a acusação de tentar obstruir as investigações da Operação Lava Jato. Em fevereiro, a prisão preventiva foi revogada.

"Delcídio Amaral foi explorado para benefícios de terceiros: de um lado, de Lula para proteger a família do amigo Bumlai; de outro lado, de Bernardo Cerveró, que o atraiu por truques cênicos para criar a "cama de gato" e conseguir o trunfo da sua colaboração do pai", diz a defesa.

O documento pede que seja declarada a suspeição do relator senador Telmário Mota (PDT-RR) e de todos os integrantes do Conselho que publicamente anteciparam juízos de valor sobre o mérito da causa em julgamento.

O Instituto Lula informou que o ex-presidente já esclareceu, em depoimento prestado à Procuradoria-Geral da República, que não praticou qualquer ato objetivando interferir na Operação Lava Jato.

O senador Telmário Mota disse que vai se posicionar de maneira formal na terça-feira. Sobre a suspeição, informou que foi escolhido relator por meio de sorteio e será imparcial. Bernardo Cerveró e José Carlos Bumlai não foram localizados.

Acompanhe tudo sobre:Delcídio do AmaralOperação Lava JatoPolítica no BrasilSenado

Mais de Brasil

Governadores do Sul e do Sudeste criticam PEC da Segurança Pública proposta por governo Lula

Leilão de concessão da Nova Raposo recebe quatro propostas

Reeleito em BH, Fuad Noman está internado após sentir fortes dores nas pernas

CNU divulga hoje notas de candidatos reintegrados ao concurso